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Como ajudar crianças com autismo a desenvolver a comunicação verbal

Como ajudar crianças com autismo no desenvolvimento da comunicação

Como ajudar crianças com autismo a desenvolver a comunicação verbalSaiba como ajudar crianças com autismo no desenvolvimento da comunicação lendo as nossas novas atividades interativas e assistindo aos fantásticos vídeos que disponibilizamos a seguir! Veja como a consultora da Inspirados pelo Autismo adapta a temática de brincadeira “Voar no Avião” a duas crianças em diferentes estágios do desenvolvimento de habilidades:

Voando no avião (na rede)

Interesses:

Os personagens do desenho animado dos Backyardigans e balançar na rede.

Metas principais:

Comunicação verbal (responder perguntas iniciadas com o pronome “Quem”).
Desenvolver período de atenção compartilhada de 15 min ou mais.

Ação motivadora (o papel do adulto):

A ação motivadora é ser balançado na rede pelo adulto, o que simula a sensação de voar num avião.  Os personagem dos Backyardigans acompanham a criança no voo do avião, tornando a atividade ainda mais interessante para ela.

Solicitação (o papel da criança):

A criança responde às perguntas do adulto, perguntas essas sempre iniciadas com o pronome “Quem”.  O adulto perguntará sobre algum personagem específico dos Backyardigans e aguardará que a criança observe as imagens coladas à parede e identifique cada personagem pela sua cor, respondendo então o nome do personagem que voará de avião com ela.

Estrutura da atividade:

O adulto fixa na parede do quarto algumas informações sobre a atividade para a criança. Em um papel tamanho A4, o adulto escreve a pergunta: Quem vai voar no avião?, destacando com uma cor diferente a palavra “Quem”. O adulto também fixa imagens coloridas relacionadas ao desenho dos Backyardigans, tais como cenas do desenho, e fotos individuais e coloridas de cada um de seus personagens (os personagens podem ser colocados lado a lado). É importante que fique bem claro nas fotos dos personagens uma cor específica, pois a cor será utilizada pela criança para identificar o personagem da vez. O adulto deve escrever ainda, em tiras de papel, as perguntas: “Quem é azul?”, “Quem é amarelo?”, e assim por diante (uma pergunta para cada personagem do desenho). As tiras de papel com as perguntas podem ser colocadas numa caixa ou numa sacola.

Depois, com uma voz e uma postura divertidas e apresentado-se com empolgação e entusiamo, o adulto explica à criança que eles vão voar de avião com os personagens dos Backyardigans. Se a criança se interessar pela atividade, o adulto a balança na rede por algum tempo, podendo aproveitar esse momento para cantar músicas dos Backyardigans ou para fazer algum suspense sobre quem serão os personagens do desenho que voarão com a criança no avião. O adulto se diverte com a criança por alguns minutos, sem realizar nenhum solicitação específica, apenas interagindo com ela e modelando a pergunta “Quem?” . Por exemplo, o adulto pode dizer: “Que gostoso voar no avião. Você sabe quem vai voar no avião com a gente? Os Backyardigans!”.

O adulto então estabelece uma atividade cíclica em que ele balança a criança na rede por alguns momentos, afasta-se fazendo suspense e, de forma previsível volta a balançá-la novamente, mantendo a brincadeira sem pedir nada em troca à criança, apenas fazendo a ação motivadora, pausando por alguns segundos, fazendo a ação novamente, pausando, e assim por diante. A modelagem da pergunta “Quem?” permanece durante todos os ciclos, ou seja, o adulto continua perguntando para a criança usando palavra “Quem” enquanto a balança na rede e enquanto faz cada pausa com suspense.

Quando a criança encontrar-se altamente motivada pela ação do adulto, demonstrando este interesse através de olhares, sorrisos, gestos, sons ou palavras, o adulto sorteia uma pergunta usando as tiras de papel e passa a solicitar durante a pausa da ação que a criança se aproxime das imagens afixadas na parede e responda qual personagem dos Backyardigans irá voar no avião. Para isso, o adulto explica previamente à criança que cada personagem tem uma cor específica e então pergunta: “Quem é azul?, esperando que a criança associe a cor à determinado personagem e pronuncie o seu nome (o adulto mostra os apoios visuais afixados na parede para auxiliar a criança nesse momento a realizar a associação cor – personagem).

Esta solicitação é uma pergunta animada e divertida, e não uma ordem.  O adulto reage às tentativas de resposta da criança de forma celebrativa e sempre animada, podendo voltar à oferecer a ação desejada por ela (balançar na rede) mesmo se a criança não acertar a resposta correta de primeira (nesse caso, o adulto pode dar dicas lembrando as cores de cada personagem ou apontando a cor do personagem na foto afixada na parede, ajudando mais claramente a criança a realizar essa associação e a responder da forma certa na próxima vez). Desta forma, o adulto mostra para a criança a função função específica das perguntas com “Quem” e a auxilia no desenvolvimento de sua comunicação verbal. Nos próximos ciclos da brincadeira, enquanto a criança continua altamente motivada, o adulto a estimula a responder às perguntas com “Quem” para os próximos personagens, de forma a comunicar o desejo dela pela continuidade da ação de balançar na rede.

Variações:

Podemos ajustar o grau do desafio desta atividade quando a criança já consegue responde às perguntas com “Quem” com facilidade e constância e solicitar que ela responda também a possíveis perguntas auxiliares, tais como “Quando?” ou “Como?”. Na atividade acima, o adulto adaptaria a atividade criando opções de resposta para as perguntas auxiliares por meio de pequenas fotos ilustrativas que também estariam afixadas na parede, próximo às perguntas auxiliares. Por exemplo, se a pergunta auxiliar for “Quando”, o adulto poderá dar opções de resposta como “Antes da escola”, “Depois do banho”, “Na hora do almoço”, “Ao meio dia”, “À noite”, etc. Se a pergunta for “Como”, o adulto pode preparar opções ilustradas como “Sentado”, “Tomando suco”, “Dormindo”, “Lendo um livro”, “Jogando um jogo”, “Ouvindo música”, etc.

Para ajudar a criança a manter-se motivada durante a interação e prolongar o tempo de duração da atividade, podemos inserir em alguns ciclos pequenas variações na ação motivadora, por exemplo, oferecer balanços na rede com diferentes intensidades e durações, ou acompanhadas de efeitos engraçados (pode acontecer uma pequena turbulência, ou o avião pode passar sobre algum local de interesse da criança e ela poderá observar esse local da janela da aeronave). Caso a criança tenha interesse, o adulto pode oferecer voos de avião usando outros materiais, como caixas, tapetes, cobertores e lycras, movendo a criança de forma divertida e cheia de suspense pelo quarto.

Caso a criança não se interesse pelos personagens do desenho dos Backyardigans, podemos manter a atividade original e modificar os personagens de acordo com os interesses dela, por exemplo, utilizando personagens de outros desenhos ou filmes.

Se a criança se interessa por balançar na rede e pelos Backyardigans, mas desejamos trabalhar uma meta diferente da comunicação verbal como, por exemplo, ajudar a criança a participar fisicamente em uma atividade interativa, podemos manter a brincadeira do voo de avião, mas modificar o papel da criança na atividade. Ao invés de solicitarmos que ela responda à pergunta “Quem?” para pedir por nossa ação, explicamos e mostramos a ela que ela pode tocar em determinadas áreas do quarto ou organizar um grupo de objetos em seus compartimentos para que voltemos a fazer balançá-la na rede. Ainda na área de participação física, podemos balançar a criança na rede e, de repente, simular que o avião ficou sem gasolina, e então pedirmos que a criança “abasteça” o avião com uma mangueira (ou qualquer outro objeto similar) para que continuemos a balançá-la na rede.

Se nossa criança não se interessa por balançar na rede naquele momento, podemos manter a mesma estrutura da brincadeira e oferecer uma ação motivadora diferente, como por exemplo, um passeio de carro (usando uma caixa) ou um passeio a cavalo (levando a criança para passear de cavalinho em suas costas).

A seguir apresentamos um vídeo da nossa consultora Jaqueline França realizando a atividade com Davi. Observe que a Jaqueline ajuda o Davi a rememorar a cor do primeiro personagem, e dali em diante, Davi já oferece as respostas dominando a associação cor-personagem. Para incrementar a atividade, Jaqueline faz suspense ao sortear cada pergunta e também possibilita que as fotos de cada personagem possa ser despregadas da parede e afixadas numa imagem maior, mostrando à criança todos os personagens que já estiveram no avião com ela ao longo da brincadeira, e permitindo também que a criança tenha uma participação física na atividade (afixar o personagem da vez entregue por Jaqueline na imagem maior, visualizando e contabilizando todos os personagens que já foram sorteados). Jaqueline se mantém atenta durante toda a interação e celebra o contato visual e as comunicações de Davi, além de acompanhá-lo cantando as músicas que ele vocaliza e respondendo quando Davi pergunta sobre quando eles vão sair.

 

Voando no avião (na lycra)

Interesses:

Ser rodado dentro da lycra, cócegas e suspense.

Metas principais:

Comunicação verbal (fazer o som de “o”).
Participação física na brincadeira (bater o martelo no dado).

Ação motivadora (o papel do adulto):

O adulto roda a criança na lycra como se ela estivesse num voo de avião pelo quarto.

Solicitação (o papel da criança):

A criança bater três vezes com um martelo de brinquedo no dado para que o adulto a rode na lycra.

Estrutura da atividade:

O adulto explica para a criança que eles vão voar de avião pelo quarto. Se a criança mostrar-se interessada, o adulto fala que ela poderá sentar-se na lycra para que ele possa rodá-la alegremente pelo quarto como se a criança estivesse num voo de avião. Se a criança permitir a aproximação do adulto, ele a acomoda cuidadosamente na lycra e gira a criança sem pedir nada em troca, apenas roda a criança e emite de forma clara e precisa o som de “o”, que é a primeira vogal da palavra que nomeia a ação motivadora de ajudar a criança a “voar”. O adulto estabelece uma atividade cíclica em que ele roda a criança por alguns momentos, afasta-se fazendo suspense e, de forma previsível volta a rodá-la novamente, repetindo diversos ciclos sem pedir nada à criança, apenas fazendo a ação motivadora de graça, pausando por alguns segundos, fazendo a ação novamente, pausando, e assim por diante. A modelagem do som “o” permanece durante todos os ciclos, ou seja, o adulto continua fazendo para a criança o som do “o” enquanto a roda e enquanto faz cada pausa com suspense.

Quando a criança encontra-se altamente conectada e motivada pela ação de ser rodada na lycra pelo adulto, demonstrando este interesse através de olhares, sorrisos, gestos, sons ou palavras, o adulto passa a solicitar durante a pausa da ação que a criança segure um martelo de brinquedo (ou qualquer outro objeto engraçado) e peça que ela bata três vezes no dado. O adulto pode explicar à criança, por exemplo, que o avião ficou sem gasolina ou que o avião parou em alguma cidade, para que ela então bata com o martelo no dado. Assim que a criança bater no dado, o adulto volta a oferecer a ação motivadora (caso a criança não bata no dado, o adulto pode ajudá-la inicialmente a fazê-lo e seguir oferecendo os voos nos avião logo depois). Enquanto repete esse ciclo, o adulto segue modelando continuamente o som “o”.

Quando o adulto perceber que a criança já está mais familiarizada com o som “o”, ele pode passar a solicitar, durante as pausas, que a criança tente emitir esse som (e, em seguida, também dê as três batidas com o martelo). Em relação ao som do “o”, o adulto estimula a criança a falar e responde a qualquer tentativa de fala com uma celebração e a volta da ação desejada por ela. Desta forma, o adulto mostra para a criança a função de sua participação física e de sua comunicação verbal, ou seja, o poder de seus gestos e sons durante a interação. Nos próximos ciclos da brincadeira, enquanto a criança continua altamente motivada, o adulto a estimula a falar o som e a seguir batendo com o martelo, de forma a comunicar o desejo dela pela continuidade da ação.

Variações:

Podemos ajustar o grau do desafio desta atividade quando a criança já consegue bater o martelo ou falar o som “o” com facilidade e constância e solicitar que ela bata numa cor ou marcação específica do dado, ou ainda que ela comece a falar não só o som do “o”, mas a combinação da primeira e da segunda vogal da palavra “voar”: “o-a”. O adulto passa a modelar “o-a” ao oferecer a ação para a criança e, na pausa da ação, solicita que ela fale aquela combinação de vogais.

Para ajudar a criança a manter-se motivada durante a interação e prolongar o tempo de duração da atividade, podemos inserir em alguns ciclos pequenas variações na ação motivadora, por exemplo, rodar em diferentes velocidades e alturas, ou receber cócegas e massagens após a aterrizagem do avião. O adulto pode encenar algum personagem de que a criança goste ao rodá-la na lycra, ou trazer objetos e fantoches para que estes tornem os voos na lycra mais divertidos para a criança.

Se a criança se interessa por rodar, mas desejamos trabalhar uma meta diferente da comunicação verbal ou desta modalidade de participação física podemos, por exemplo, ajudar a criança a aprender a apontar, modificando o papel da criança na atividade. Ao invés de solicitarmos que ela fale um “som” ou bata com o martelo no dado para pedir por nossa ação, explicamos e mostramos a ela que ela pode apontar para a figura de um avião ou apontar para um botão desenhado numa cartolina para que voltemos a rodá-la na lycra. Ainda poderíamos ajudá-la a aprender a ligar duas imagens, pedindo que ela trace com um lápis ou giz uma linha entre imagens coladas numa cartolina, para que então ela volte a ser rodada na lycra (as imagens na cartolina podem ser de duplas de personagens de desenhos ou filmes que a criança goste, ou qualquer dupla de imagens relacionadas a algum de seus interesses).

Se nossa criança não se interessa por rodar na lycra naquele momento, podemos manter a mesma estrutura da brincadeira e oferecer uma ação motivadora diferente, como por exemplo, cócegas ou massagens/carinho.

A seguir apresentamos um segundo vídeo da nossa consultora Jaqueline França, desta vez realizando a atividade similar do voo no avião com a Heloisa. Observe que a Jaqueline modela clara e repetidamente o som do “o”. Jaqueline celebra a participação física de Heloisa e os sons que ela emite. Quando percebe que Heloisa compreendeu bem o funcionamento da atividade e que ela está bastante motivada com a mesma, Jaqueline realiza uma solicitação persistente, concedendo o voo na lycra apenas quando Heloisa bate com o martelo no dado as três vezes. Carinhosamente, Jaqueline lembra Heloisa que para o avião voar, ela precisar dar três batidas com o martelo no dado.

 

Aprenda mais sobre a criação de atividades interativas participando de nosso Curso de Módulo 1 em São Paulo. Aprofunde seus conhecimentos em nossa abordagem participando do Curso de Módulo 2 e do Curso de Módulo 3 em São Paulo.

A consultora Jaqueline França, juntamente com outras cinco talentosas profissionais, fazem parte da Equipe da Inspirados pelo Autismo. Nossos consultores estão disponíveis para atender sua criança e auxiliar de forma personalizada a sua família em todos os estados do Brasil por meio de nossas consultorias presenciais.

Para obter mais ideias sobre atividades para crianças, adolescentes e adultos com autismo, recomendamos também o livro Brincar para Crescer, disponível para venda em nosso site.

Suas opiniões e ideias são muito importantes para nós. Deixe comentários, elogios, sugestões e ideias sobre as atividades para a nossa equipe e para os outros pais e profissionais que acessam o nosso blog.

* A Inspirados pelo Autismo tem autorização das famílias e dos profissionais relacionados aos vídeos disponibilizados acima no que se refere à sua veiculação em nosso blog e em nossos informativos. Agradecemos ternamente aos pais do Davi e da Heloisa por cederem a divulgação das imagens para compartilhar estratégias eficazes com outros pais e com profissionais.

Pais recebem treinamento e conseguem ajudar crianças com autismo

Uma nova pesquisa realizada nos EUA envolvendo seis grandes universidades – entre elas a de Yale, Indiana e Ohio – e divulgada no Brasil pelo site do Jornal O Globo traz importantes resultados sobre a relação entre o treinamento dos pais e o desenvolvimento de suas crianças com o autismo.

O estudo, que foi patrocinado pelo Instituto Nacional de Saúde Mental (NIMH), envolveu 180 crianças com idades entre 3 e 7 anos, com diagnósticos do espectro do autismo e demonstrando comportamentos indesejados considerados graves.

De forma aleatória, as crianças foram divididas em dois grupos. No primeiro deles, os seus pais receberam um treinamento com duração de 24 semanas, que incluía 11 sessões centrais, duas opcionais, dois controles telefônicos e duas visitas domiciliares. Estes pais puderam ter contato com estratégias específicas sobre como lidar com demonstrações de raiva e frustração, birras, agressividade e autoagressão.

No segundo grupo, os pais passaram por um processo educativo com duração também de 24 semanas, mas que incluiu 12 sessões e apenas uma visita domiciliar. A este grupo foram repassadas somente informações sobre o autismo, sem que fossem apresentadas orientações específicas quanto aos comportamentos indesejados.

Segundo Karen Bearss, do Marcus Autism Center e da Emory University School of Medicine e uma das pesquisadoras envolvidas no estudo, as sessões que ocorreram durante a intervenção usualmente reuniam um terapeuta e um dos pais. O ponto de partida no tratamento foi ajudar os pais a compreender por que razões as crianças com autismo se engajavam em comportamentos indesejados e qual função atribuíam a eles. As sessões envolveram também técnicas para prevenção dos comportamentos e para intervenção em situações específicas.

Os resultados do estudo, para Karen Bearss, indicaram uma melhora no comportamento das crianças em geral. Ou seja, ambos os grupos de crianças foram beneficiados pela capacitação de seus pais. Entre as crianças cujos pais receberam o treinamento mais completo, notou-se, contudo, uma clara melhora também quanto aos comportamentos específicos de isolamento e agressão.

Durante a realização da pesquisa, as crianças foram acompanhadas por um médico que não estava diretamente envolvido na aplicação do tratamento. Depois de seis meses de acompanhamento, foi possível notar que as crianças cujos pais receberam o treinamento mais completo demostraram uma melhora de 48% nos comportamentos de isolamento, frente a melhora de 32% entre aquelas cujos pais passaram apenas pelo processo educativo mais simplificado. No período final do tratamento, chegou a 70% o percentual de crianças cujos pais receberam treinamento demostrando respostas mais positivas ao ambiente, em contraste com 40% para o grupo cujos pais receberam apenas informações sobre o autismo. Os pais envolvidos no estudo, nos dois grupos, estiveram presentes em 90% das sessões, indicando que eles tinham um alto grau de envolvimento com a intervenção proposta.

O estudo, que foi recentemente divulgado no Journal of the American Medical Association, conclui então que um treinamento mais completo aos pais pode ser mais eficaz na redução de comportamentos indesejados e de isolamento de seus filhos do que um simples processo de informação, embora, em ambos os casos, a formação dos pais, por si só, já seja capaz de trazer algum tipo de benefício ao desenvolvimento das crianças. A pesquisa indicou ainda que a melhora observada nas crianças integrantes do estudo perdurou por até seis meses após o final das intervenções.

Você poderá assistir a um vídeo (em inglês) com os pesquisadores Lawrence Scahill e Karen Bearss em que eles descrevem em detalhes a concepção, a condução e os resultados do estudo.

Saiba mais a respeito de outros estudos sobre a eficácia do treinamento de pais para o desenvolvimento de suas crianças com autismo em nosso blog! Temos um post sobre como os pais podem ajudar a desenvolver a linguagem de suas crianças.

Você poderá compreender melhor os comportamentos de sua criança com autismo e saber como ajudá-la quanto aos comportamentos indesejados capacitando-se em nossos cursos. Em ambos os cursos, ensinamos pais e profissionais a lidar com comportamentos indesejados, atividades do dia a dia, desenvolvimento da linguagem, dentre outros tópicos.

Quer ajudar crianças com autismo em sua região? Então nos ajude a divulgar essa nova pesquisa compartilhando esse post em suas redes sociais.

Como ajudar uma criança com autismo na escola

Inclusão escolar: apresentando sua criança aos colegas e professores

A interação e a comunicação entre Como ajudar uma criança com autismo na escolaa criança, sua família e a comunidade escolar podem trazer muitos benefícios ao processo de inclusão. Isso é o que mostra a história de Mariana Caminha, mãe do Fabrício, de 04 anos. Ela criou um fantástico panfleto com informações carinhosas e dicas preciosas sobre o pequeno Fabrício. O intuito de Mariana é não só facilitar o processo de inclusão escolar do seu filho, mas também divulgar informações sobre o Transtorno do Espectro Autista à comunidade.

O panfleto contém uma linda foto de Fabrício, circundada por grupos de características que podem ser muito importantes em seu dia a dia na escola. Segundo o panfleto, entre os talentos e habilidades de Fabrício sua mãe destaca a sua coordenação motora, a sua capacidade para imitar, dar carinho, memorizar e mexer em aparelhos celulares. Entre seus interesses e motivações estão correr, pular, cantar, subir e descer ladeiras, piscinas e Disney. Ao se comunicar, a mãe explica que Fabrício usa “uh-ô” para suco e “a-uh-da” para ajuda, e ela também esclarece que ele gosta muito das vogais e compreende tudo que lhe é dito. A mãe ainda explica que Fabrício pode dar gritinhos de alegria, pode fazer birra quando contrariado, pode se assustar com cachorros, e tem dificuldades em dividir e permanecer sentado.

Mariana apresenta as informações sobre o filho de um jeito divertido, simpático e afetuoso no panfleto, e espera que o infográfico elaborado por ela possa ajudar outras crianças com autismo. Ela recomenda que o infográfico de cada criança seja editado, impresso e enviado aos pais dos coleguinhas de classe através de um envelope, podendo ser também encaminhado aos professores e à direção da escola da criança. O panfleto pode ser editado para cada criança a partir de um arquivo que pode ser solicitado à Mariana através do e-mail mcaminha@me.com.

Para conhecer melhor a iniciativa de Mariana, você poderá ler uma reportagem publicada no site do Jornal Correio Braziliense e acessar o perfil dela no Facebook através do “Doutores do TEA”.

Para ter mais ideias sobre como ajudar uma criança com autismo na escola, você poderá também imprimir e compartilhar com a comunidade da escola o nosso cartaz com 15 Dicas sobre Inclusão Escolar, ler um texto sobre o Estilo Responsivo na Inclusão de Crianças com Autismo e participar de um de nossos cursos.

Como ajudar crianças com autismo a aprender quantidades – contando os giros com o personagem favorito

 

Interesses:

Dar voltas pelo quarto de brincar em cima de um tecido ou dentro de uma caixa, suspense, vozes de personagens, o personagem favorito de sua criança.

Metas principais:

Aprendizado de quantidades.
Participação física da criança na brincadeira.

Ação motivadora (o papel do adulto):

O adulto se veste como o personagem favorito da criança e leva a criança para dar voltas pelo quarto de brincar sobre um tecido ou dentro de uma caixa. A caixa pode ser feita de papelão, de material plástico, tubos de PVC, madeira MDF. Crianças pequenas cabem dentro de uma bacia plástica. Há ainda skates largos nos quais a criança pode se sentar ou se deitar e o adulto pode puxar o skate por uma corda. No caso de adultos com autismo que gostam de estímulos físicos, as cadeiras de rodinhas podem ser o suporte para o “passeio”.

Solicitação (o papel da criança):

A criança escolhe um cartão e separa os objetos na quantidade descrita no cartão.

Estrutura da atividade:

O adulto, fantasiado como o personagem favorito da criança, convida a criança para dar voltas ou giros pelo quarto dentro de uma grande caixa de papelão. Se a criança não entrar rapidamente na caixa, o adulto demonstra a brincadeira posicionando um boneco dentro da caixa e o levando para passear (puxando a caixa pelo quarto) enquanto é observado pela criança. O adulto convida a criança usando a voz e os gestos engraçados do personagem favorito para motivá-la a entrar espontaneamente na caixa.

Com a criança na caixa, o adulto oferece os giros pelo quarto sem pedir nada em troca, apenas contando em voz alta cada giro dado com a criança. O adulto então estabelece uma atividade cíclica em que ele leva a criança para girar pelo quarto dando, por exemplo, de 1 a 5 giros, afasta-se fazendo suspense e, de forma previsível volta a levar a criança para girar novamente, repetindo diversos ciclos sem pedir nada à criança, apenas fazendo a ação motivadora de graça, pausando por alguns segundos, fazendo a ação novamente, pausando, e assim por diante. O adulto explica a quantidade de giros a cada ciclo, ou seja, o adulto diz para a criança, “Vamos girar 3 vezes” (ou “Vamos dar 3 giros”), mostra um cartão com o número 3 e então leva a criança para dar 3 giros pelo quarto. Quando a criança estiver altamente motivada pela ação do adulto, demonstrando este interesse através de olhares, sorrisos, gestos, sons ou palavras, o adulto animadamente propõe que a criança escolha um cartão (o adulto poderá ter 1 a 10 cartões preparados). O adulto explica que a criança deverá separar a quantidade de pinos de boliche (ou bolas ou qualquer objeto escolhido para a atividade) de acordo com o cartão para então ter o número de giros descrito no cartão. Para facilitar o aprendizado, o cartão poderá ter, por exemplo, o número “3” e também 3 pinos de boliche desenhados, para que fique claro para a criança qual a quantidade a ser separada. A solicitação é um convite animado, e não uma ordem. O adulto estimula a criança a escolher o cartão e a separar as quantidades, e cada cartão poderá ser afixado na parede temporariamente para que a criança possa visualizá-lo durante aquele ciclo da brincadeira.  Todas as tentativas da criança em separar os pinos são comemoradas e o número de voltas desenhado no cartão é oferecido, mesmo que a criança não acerte de primeira. Nos ciclos da brincadeira, enquanto a criança continua altamente motivada, o adulto a estimula a tirar novos cartões e dar continuidade na ação.

Variações:

Podemos ajustar o grau do desafio desta atividade inserindo novos objetos na brincadeira, quando a criança já consegue separar os pinos de boliche nas quantidades corretas com facilidade. Podemos separar três outros grupos de objetos (bolas, bonecos e carrinhos, por exemplo) e criar cartões com novas quantidades destes objetos. Desta forma, além de separar os objetos na quantidade correta, a criança também poderá identificar qual o objeto da vez.

Algumas crianças podem gostar de separar os objetos e levá-los consigo dentro da caixa para os giros daquele ciclo. Para enfatizar a relação entre a quantidade de objetos e a quantidade de giros, o adulto pode explicar que vamos retirar um objeto de dentro da caixa a cada giro, ou que vamos colocar um objeto dentro da caixa a cada giro, cada objeto simbolizando um giro. Se a criança já está participando de jogos simbólicos, cada objeto pode ser um combustível para um dos giros, ou ainda um bilhete/ticket para cada giro.

Caso a criança esteja começando a aprender operações matemáticas simples, os cartões poderão combinar quantidades diversas de objetos diferentes (por exemplo, 3 pinos e 2 carrinhos, totalizando 5 objetos e, portanto, 5 voltas). Nesse caso, é importante que o cartão ilustre didaticamente que o número de voltas será o somatório do número de objetos (o adulto poderá contar em voz alta os próprios objetos com a criança para demonstrar o processo de soma).

Para ajudar a criança a manter-se motivada durante a interação e prolongar o tempo de duração da atividade, podemos inserir em alguns ciclos pequenas variações na ação motivadora como, por exemplo, o personagem favorito da criança usar diferentes tons de voz para criar um suspense do que está prestes a acontecer, e então agir utilizando gestos engraçados. Para incrementar os giros pelo quarto, por exemplo, o personagem pode fingir que está escorregando em uma banana ou pode dar as voltas em câmera lenta, tropeçar em um obstáculo ou fazer uma curva fechada que faça com que a criança quase caia para fora da caixa (muitas de nossas crianças adoram isso!). O personagem pode ainda cantar, dançar, ou fazer cócegas e massagens na criança além de girá-la pelo quarto.

Se a criança se interessar por dar giros pelo quarto, mas nós desejarmos trabalhar a meta de número-quantidade associada a uma meta diferente, como, por exemplo, a comunicação verbal expressiva ao invés da participação física, podemos pedir que a criança diga o número de objetos que devem ser separados a cada rodada, ou que ajude o adulto a contar o número de giros dados pelo quarto.

Já se a meta for aumentar ainda mais a participação física da criança na atividade, podemos pedir que ela coloque os objetos já utilizados de volta no local de onde foram retirados, ou que recoloque peças da vestimenta do personagem quando o personagem “perder” acidentalmente um desses objetos ao dar os giros – o personagem pode deixar seus óculos, chapéu, bolsa ou sapatos caírem durante as voltas e pedir que a criança o ajude a colocá-los de novo no lugar, para que ele volte a girá-la pelo quarto.

Se nossa criança não se interessar por dar voltas no quarto dentro da caixa de papelão naquele momento, podemos manter a mesma estrutura e meta da brincadeira e oferecer ações motivadoras diferentes, como por exemplo, o adulto pular com a criança ou o adulto passear de cavalinho com a criança em suas costas um determinado número de vezes.

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Como ajudar crianças com autismo a aprender quantidades – fazendo compras no supermercado

 

Interesses:

Participar de jogos simbólicos; realizar compras de supermercado; nomes de marcas e logos de produtos.
*recomendamos esta atividade para crianças que já apresentem um período médio de atenção compartilhada de 12 a 15 minutos.

Metas principais:

Aprendizado de quantidades.
Uso da imaginação.
Participação física da criança na brincadeira.
Comunicação verbal.

Ação motivadora (o papel do adulto):

O adulto atua na brincadeira como o cliente do supermercado que levará uma lista de compras.

Solicitação (o papel da criança):

A criança é a proprietária do supermercado e atende o cliente selecionando os produtos na quantidade descrita na lista de compras dele.

Estrutura da atividade:

O adulto explica que a criança será a dona de um supermercado e a convida para conhecer os produtos vendidos lá. A criança então entra no espaço em que será realizada a sessão e encontra prateleiras improvisadas com produtos diversos, que podem ser, inclusive, embalagens vazias e limpas de produtos que ela já conheça. No supermercado, há também um carrinho de compras (que pode ser feito com caixas de papelão ou com recipientes plásticos). O adulto mostra todos os produtos para a criança e explica, fazendo suspense, que vários clientes diferentes vão até aquela loja, e que cada cliente trará uma lista de compras. O dono do supermercado terá que separar os produtos de acordo com a lista de cada cliente.

O adulto anuncia que o primeiro cliente vai entrar. Vestimentas, gestos e uma maneira específica de falar caracterizam cada cliente incorporado pelo adulto. O primeiro cliente mostra a sua lista de compras à criança (cada lista de compras poderá ter as quantidades descritas de cada produto e os desenhos ou colagens de imagens dos produtos nestas quantidades).

A criança é estimulada a separar os produtos nas quantidades descritas e a colocá-los no carrinho. No começo, o adulto poderá ser um modelo de como usar a lista para selecionar os produtos. O adulto poderá demonstrar que será muito legal levar aqueles produtos para casa e comemorar a colocação de cada produto (ou de cada grupo de produtos) no carrinho. Quando a criança tiver compreendido bem a dinâmica da colocação dos produtos no carrinho e encontrar-se motivada a participar, demonstrando este interesse através de olhares, sorrisos, gestos, sons ou palavras, o adulto passa a solicitar que ela mesma siga selecionando os produtos da lista de compras e colocando-os no carrinho. A solicitação é um convite animado, e o adulto pode selecionar os produtos junto com a criança, se ela demonstrar qualquer dificuldade em identificar as quantidades, comemorando todas as suas tentativas. Quando toda a lista de compras estiver no carrinho, o adulto pode oferecer uma grande comemoração e fazer um enorme suspense sobre como será o próximo cliente. A criança é estimulada a recomeçar a atividade, ou seja, a receber o novo cliente com uma nova lista de compras.

Materiais sugeridos:

Durante a brincadeira, os clientes do supermercado podem utilizar vestimentas que caracterizem personagens ou pessoas que a criança goste. Você poderá aproveitar imagens de revistas ou da internet para incrementar as listas de compras.

Variações:

Podemos ajustar o grau do desafio desta atividade colocando preços nos produtos do supermercado. Se a criança estiver aprendendo operações matemáticas, estas operações também poderão ser praticadas durante a brincadeira. Por exemplo:os produtos poderão ser somados; os produtos poderão ser divididos em caixas para entrega; cada produto, com seu preço específico, poderá ser comprado em quantidades diferentes, fazendo com que a criança pratique a multiplicação.

Caso a criança esteja em um estágio mais avançado da comunicação, o adulto poderá encenar com ela situações sociais envolvendo a ida a um supermercado, como a saudação de chegada e de partida, a solicitação de informação e ajuda durante a seleção dos produtos e o agradecimento pela realização da compra, através de diálogos entre o dono do supermercado e o cliente.

Em casos de estágios ainda mais avançados do desenvolvimento, podemos propor a realização de uma sessão a três (a criança e dois adultos facilitadores). A flexibilidade e a complexidade das operações matemáticas também poderão ser trabalhadas encenando que o cliente da loja, por exemplo, recebeu uma chamada ao telefone (que pode ser encenada pelo segundo adulto facilitador) pedindo que produtos sejam trocados, retirados ou inseridos em maior quantidade na lista de compras.

Se nossa criança não se interessar pela atividade envolvendo a compra no supermercado, podemos adaptar a estrutura da brincadeira e propor a compra, por exemplo, numa loja de DVDs, numa loja de brinquedos, adesivos ou eletrodomésticos, levando em conta o atual interesse da criança. Já fizemos brincadeiras com nossas crianças em que a loja oferecia logomarcas (impressas em papel) de bancos, redes de televisão e montadoras de carros.

Durante os ciclos da brincadeira, caso a criança deseje trocar de papel com o adulto e tornar-se o cliente do supermercado, o adulto poderá alternar o papel.

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Nova pesquisa sobre padrões de pensamento no espectro do autismo

O rastreamento dos pensamentos associados às interações sociais através de ressonância magnética pode ajudar a revelar padrões cerebrais relacionados ao autismo, de acordo com uma reportagem veiculada no site de uma revista americana.

Até os dias de hoje, o diagnóstico do autismo vem sendo conduzido a partir de exames clínicos que envolvem a realização de entrevistas e observações comportamentais. O processo de diagnóstico pode envolver a realização de algumas consultas com a criança e a sua família. Nestas consultas, a criança é observada pelo profissional de saúde em situações da sua vida cotidiana e em situações específicas em que são examinadas as suas habilidades sociais e de comunicação, por exemplo, além de serem observados a existência ou não de comportamentos ritualísticos ou repetitivos e de outros indicativos do transtorno como diferentes respostas aos estímulos sensoriais.

A Revista Time publicou um artigo sobre uma pesquisa que mostra que exames com ressonância magnética, feitos nos cérebros de pessoas enquanto elas refletem sobre determinados assuntos, trazem indicativos que poderão vir a auxiliar no diagnóstico futuro do autismo. Marcel Just – autor do estudo, professor de Psicologia e diretor de um centro de pesquisas na Universidade Carnegie Mellon – junto de seus colegas, realizou uma série de exames de ressonância magnética funcional em 17 adultos jovens com autismo de alto funcionamento e em 17 pessoas sem autismo, enquanto estas pessoas pensavam sobre diferentes interações sociais, tais como o “abraçar”, “humilhar”, “chutar” e “adorar”. A equipe utilizou técnicas para mensurar a ativação de pequenos pontos do cérebro e analisou se os níveis de ativação formavam um padrão. O padrão constatado, segundo Marcel, é bastante semelhante entre as pessoas de desenvolvimento típico: “Quando você pensa sobre uma casa, uma cadeira ou uma banana, enquanto você está passando pela ressonância magnética, eu posso dizer no que você está pensando”.

A diferença nos padrões entre os dois grupos foi tão significativa que os pesquisadores conseguiram então identificar com 97% de precisão – em 33 dos 34 participantes do estudo – se um cérebro era de uma pessoa com autismo ou de uma pessoa neurotípica. Houve uma área do cérebro associada com a representação do ‘eu’ que não foi ativada nas pessoas com autismo, afirma Marcel. Segundo o autor, ao refletirem sobre abraçar, adorar, persuadir ou odiar, enquanto seus cérebros eram escaneados pela ressonância magnética, as pessoas com autismo pareciam pensar nisso como alguém que estivesse assistindo a uma peça de teatro ou lendo uma definição de dicionário. Estas pessoas não pensavam nessas ações como algo que se aplicaria a elas, indicando que no autismo a representação do ‘eu’ é alterada, fato que os pesquisadores vêm notando já há alguns anos. Para o autor do estudo, esta foi, contudo, a primeira vez que alguém usou essa premissa para tentar diagnosticar autismo a partir da observação da ativação de áreas do cérebro durante a realização de ressonâncias magnéticas.

A pesquisa sugere então que pode haver uma nova maneira de diagnosticar e compreender certos transtornos, como o autismo. Sabendo que tipos de pensamentos são tipicamente alterados em um determinado transtorno, seria possível pedir a uma pessoa que pensasse sobre eles e verificasse se seus pensamentos são de fato alterados em relação aos padrões observados nas pessoas neurotípicas, afirma Marcel. O estudo pode significar mais um avanço em direção a um diagnóstico mais rápido e mais preciso de transtornos como o autismo, e maior conhecimento sobre a forma de pensar utilizada por pessoas com autismo.

Você poderá ler mais sobre o autismo em nosso site e, para aprofundar seus conhecimentos no assunto, recomendamos ainda os livros Brincar para Crescer e Dez Coisas que Toda Criança com Autismo Gostaria que Você Soubesse.

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Revista americana Time publica estudo sobre o diagnóstico do autismo

Ao longo dos últimos anos nos EUA, as estatísticas têm apontado para um número crescente de pessoas diagnosticadas com autismo. Mas, apesar do crescente número de diagnósticos, tanto nos EUA como em muitos outros países, os motivos que levam a esse aumento na quantidade de crianças diagnosticadas ainda não estão claros e vêm sendo debatidos pela comunidade científica internacional.

Há cientistas que alegam que fatores ambientais têm ocasionado o surgimento de mutações genéticas raras, elevando o surgimento dos casos de autismo no mundo. Outros cientistas apontam que o aumento no número de crianças com autismo sendo diagnosticadas teria relação com aumento da idade dos seus pais. E existem ainda aqueles que acreditam que a emergência de um crescente número de casos do autismo deve-se, simplesmente, ao fato de que a comunidade médica tem tido mais facilidade em diagnosticar o transtorno. Em consonância com esta terceira via de pensamento, a Revista Time publica estudo sobre o diagnóstico do autismo e divulga uma pesquisa recente apresentada no periódico científico JAMA Pediatrics, que reforça a tese de que o aumento do número de casos de autismo deve-se em parte às mudanças no processo de diagnóstico.

No estudo mencionado na reportagem da Time, 677.915 crianças dinamarquesas nascidas entre 1980 e 1991 foram acompanhadas e monitoradas por pesquisadores até obterem o diagnóstico de autismo – as que não obtiveram o diagnóstico foram acompanhadas até o final do estudo, que encerrou-se em dezembro de 2011. Os pesquisadores atentaram-se às mudanças que ocorreram antes e depois de 1994, já que, neste ano, a Dinamarca alterou os critérios para diagnósticos psiquiátricos e o autismo passou a ser percebido como um espectro de transtornos. Os resultados obtidos pelos pesquisadores indicaram que um número maior de crianças foi diagnosticado com autismo a partir de 1995 e, então, a equipe estimou que 60% do aumento no número de casos de autismo diagnosticados naquele país pode ser atribuído às mudanças nos critérios do diagnóstico que foram lá implementadas.

De acordo com a Revista Time, embora as conclusões do estudo refiram-se à Dinamarca, nos EUA, assim como em outros países, mudanças similares nos critérios de diagnóstico também aconteceram nos últimos anos. A reportagem menciona que em maio de 2013 a Associação Americana de Psiquiatria divulgou novos critérios para o diagnóstico do autismo através de uma reformulação no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5). Segundo as diretrizes anteriores estabelecidas no Manual, as crianças analisadas deveriam atender seis dos doze critérios listados para poderem ser diagnosticadas com o autismo (ou com a Síndrome de Asperger). Atualmente, o mesmo Manual estabelece que os distúrbios devem ser enquadrados em uma categoria única (que passou a ser denominada “transtornos do espectro do autismo”), sendo que os critérios necessários ao diagnóstico tornaram-se mais específicos. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), nos EUA, estima que cerca de uma em 68 crianças norte-americanas está no espectro do autismo, o que é 30% maior do que as estimativas feitas pelo órgão em 2012. Stefan Hansen, da Universidade de Aarhus na Dinamarca (e autor do estudo recentemente publicado) afirma que este aumento pode relacionar-se com uma maior consciência pública acerca do autismo. Para Stefan, o fato de as pessoas se tornarem mais conscientes sobre o termo autismo ao longo do tempo faz com que os pais acabem levando os seus filhos para serem examinados com mais frequência.

A comunidade científica concorda que mais pesquisas são necessárias para entender como outros fatores podem estar contribuindo para o aumento dos casos de autismo diagnosticados em todo o mundo. O CDC fez um anúncio recente de que, ao longo dos próximos quatro anos, serão investidos mais de US $ 20 milhões para acompanhar a prevalência do transtorno do espectro do autismo entre as crianças nos EUA. A reportagem menciona que, com um acompanhamento melhor da prevalência do autismo, a esperança é que a comunidade científica e as famílias afetadas possam compreender cada vez mais o surgimento do transtorno.

Leia mais artigos sobre o autismo publicados na Revista Time acessando a página da publicação na internet (na Língua Inglesa). Você também pode saber mais sobre o autismo e sobre os tratamentos para o autismo em nosso site. Participe dos nossos cursos e saiba como ajudar sua criança, adolescente ou adulto com autismo a desenvolver suas habilidades sociais.

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15 ideias para alunos com autismo.

Cartaz com 15 ideias para a inclusão de estudantes com autismo

Um cartaz ilustrativo com 15 recomendações para a educação inclusiva de estudantes com autismo, sendo útil para pais, professores e profissionais. O cartaz poderá ser afixado em casa, nas escolas, em clínicas e instituições.

Você poderá imprimir o seu cartaz ilustrativo para projetos de inclusão de alunos com autismo usando a sua impressora e clicando aqui. Se desejar imprimir em uma gráfica, recomendamos que seja em papel couché formato A3.

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Descontos por participante:

Turma 1 – São Paulo – 17 a 20 de setembro

Investimento por participante:
1º lote: R$1428 até o dia 10/07/20 (15% de desconto).
2º lote: R$1512 até o dia 10/08/20 (10% de desconto).
3º lote: R$1680 até o dia 08/09/20 (valor integral).
Inscrições limitadas e abertas até o dia 08 de setembro de 2020 (terça-feira).

Descontos em mais de um curso: Quem se inscrever em 2 cursos, também tem o desconto de 5% somado ao desconto por prazo de inscrição. Quem se inscrever em 3 ou mais cursos tem o desconto de 10% somado ao desconto por prazo de inscrição. Somados, os descontos podem chegar a quase 25% do valor integral dos cursos. Os descontos serão oferecidos no total do carrinho de compras.

Descontos para grupos: Inscrições para grupos de 2 pessoas têm mais 5% de desconto somado ao desconto por prazo de inscrição, e inscrições para grupos de 3 ou mais pessoas têm mais 10% de desconto somado ao desconto por prazo de inscrição. Somados, os descontos podem chegar a quase 25% do valor integral do curso. Os descontos serão oferecidos no total do carrinho de compras se apenas uma pessoa fizer a inscrição para todos. Para que cada membro do grupo possa fazer o pagamento da inscrição separadamente, mas com o desconto de grupo, entre em contato conosco por email.

Descontos por participante:

Turma 1 – São Paulo – 24 a 27 de março

1º lote: R$1428 até o dia 17/12/21 (15% de desconto).
2º lote: R$1512 até o dia 15/02/22 (10% de desconto).
3º lote: R$1680 até o dia 15/03/22 (valor integral).
Inscrições limitadas e abertas até o dia 15 de março de 2022 (terça-feira).

Descontos para grupos: Inscrições para grupos de 2 pessoas têm mais 5% de desconto somado ao desconto por prazo de inscrição, e inscrições para grupos de 3 ou mais pessoas têm mais 10% de desconto somado ao desconto por prazo de inscrição. Somados, os descontos podem chegar a quase 25% do valor integral do curso. Os descontos serão oferecidos no total do carrinho de compras se apenas uma pessoa fizer a inscrição para todos. Para que cada membro do grupo possa fazer o pagamento da inscrição separadamente, mas com o desconto de grupo, entre em contato conosco por email.