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tratamento para autismo

Atividade para desenvolver a comunicação – desenhando uma história em quadrinhos

Desenhando uma história em quadrinhos

Interesses:

Desenhar, ouvir e contar histórias, personagens de histórias em quadrinhos (por exemplo, a Turma da Mônica).

Metas principais:

Comunicação verbal (relatar experiências).
Desenvolver período de atenção compartilhada de 15 min ou mais.

Ação motivadora (o papel do adulto):

O adulto desenha em uma cartolina uma história em quadrinhos divertida com os personagens prediletos da criança.

Solicitação (o papel da criança):

A criança contar algo que ela fez na escola para que o adulto desenhe o que aconteceu com ela.

Estrutura da atividade:

O adulto mostra para a criança uma cartolina com vários quadrados sequenciais em branco e também vários lápis de cor ou conjuntos de giz de cera e explica animadamente que eles vão fazer uma história em quadrinhos com os personagens da Turma da Mônica. O adulto pega então um dos lápis de cor ou giz de cera e começa a desenhar com empolgação e entusiasmo um dos personagens da Turma Mônica, comentando com a criança: Nossa, você sabe o que o Chico Bento fez hoje na escola? Hoje quando ele chegou a escola, ele descobriu que ia acontecer uma festa! O adulto estabelece uma atividade cíclica em que ele conta a história do Chico Bento e desenha por alguns momentos na cartolina, afasta-se fazendo suspense e, de forma previsível volta a continuar a história oral sobre o Chico Bento e o desenho, repetindo diversos ciclos sem pedir nada à criança, apenas fazendo a ação motivadora de contar a história e de desenhar de graça, pausando por alguns segundos enquanto faz suspense, fazendo a ação novamente, pausando, e assim por diante. Usando o personagem da Turma da Mônica, o adulto mostra para a criança como fazer para contar fatos que aconteceram naquele dia na escola. O adulto segue contando mais sobre o que aconteceu com o Chico Bento na escola, descrevendo diferentes situações engraçadas, enquanto também desenha as situações para a criança. Quando a criança encontra-se altamente motivada pela ação do adulto, demonstrando este interesse através de olhares, sorrisos, gestos, sons ou palavras, o adulto passa a solicitar que a criança lhe conte alguma coisa que aconteceu com ela na escola (o adulto pode perguntar especificamente sobre coisas que aconteceram com a criança na escola, mas se a criança falar sobre outra coisa que aconteceu em outro lugar, o adulto comemora essa iniciativa e estimula a criança a contar mais sobre o que aconteceu com ela naquele dia e lugar). A solicitação é um convite animado, e não uma ordem. O adulto estimula a criança a contar sobre o que aconteceu com ela na escola e responde a qualquer tentativa da criança em contar os fatos com uma celebração e a volta da ação desejada por ela (desenhar a história em quadrinhos). Desta forma, o adulto mostra para a criança a função de sua comunicação verbal e a importância de contarmos uns para os outros aquilo que nos acontece no dia a dia. Nos próximos ciclos da brincadeira, enquanto a criança continua altamente motivada, o adulto a estimula a contar o que aconteceu com ela em outros lugares e situações. Por exemplo, o adulto pode perguntar o que a criança fez no fim de semana, na casa da vovó ou durante a aula de natação, etc.

Variações:

Podemos ajustar o grau do desafio desta atividade quando a criança já consegue relatar o que aconteceu na escola (ou em outros lugares) com facilidade e constância e propor um ciclo de conversa em que o episódio seja contado com mais detalhes. Conforme o estágio de desenvolvimento da criança, o adulto poderá ajudar a criança a descrever emoções, a fazer comentários, e a expressar gratidão e apreço por outras pessoas envolvidas nas situações descritas.

Para ajudar a criança a manter-se motivada durante a interação e prolongar o tempo de duração da atividade, podemos inserir em alguns ciclos pequenas variações na ação motivadora, por exemplo, fazer encenações, usar objetos ou fantoches para tornar a história que está sendo contada e desenhada mais interessante. O adulto poderá desenhar enquanto canta alguma música que a criança goste ou usando um tom de voz divertido. O adulto poderá também estar fantasiado de algum personagem da Turma da Mônica durante a atividade.

Caso a criança não se interesse pelos personagens da Turma da Mônica, podemos manter a atividade original e modificar os personagens de acordo com os interesses dela, por exemplo, transformando-nos em um outro super herói, animal ou personagem que a criança aprecie. Se ela gosta dos personagens da animação “Carros”, da Disney, podemos ser o McQueen ou o Mate que aceleram pelo quarto enquanto contam sobre o que aconteceu com eles, para que depois estacionem próximos à cartolina e comecem o desenho.

Se a criança se interessa por desenhos e pela Turma da Mônica, mas desejamos trabalhar uma meta diferente da comunicação verbal como, por exemplo, ajudar a criança a participar fisicamente em uma atividade interativa, podemos manter a brincadeira, mas modificar o papel da criança na atividade. Ao invés de solicitarmos que ela conte o que aconteceu hoje na escola, explicamos e mostramos a ela que ela pode tocar em diferentes figuras para nos mostrar que personagens ela gostaria que desenhássemos. Ainda na área de participação física, podemos pedir que ela pegue objetos ou vista peças de vestuário que poderão ser desenhados dentro da história em quadrinhos da Turma da Mônica.

Se a criança não se interessa por desenhar histórias em quadrinhos naquele momento, podemos manter a mesma estrutura da brincadeira e oferecer uma ação motivadora diferente, como por exemplo, dar voltas pelo quarto dentro de uma caixa ou dentro de um cobertor/lycra para “viajar” para diferentes lugares, onde a criança e o adulto poderão contar e representar histórias com os personagens da Turma da Mônica, enfatizando alguma coisa que aconteceu com os personagens em cada determinado lugar.

Quer aprender a criar Atividades Interativas e a utilizar a Tabela de Habilidades da Inspirados pelo Autismo para acompanhar o desenvolvimento de crianças, adolescentes e adultos com autismo? Participe de nossos cursos!

Quais são as brincadeiras prediletas da criança com autismo com a qual você convive? A criança gosta de desenhar? Experimente a atividade de desenhar uma história em quadrinhos com a criança e conte para gente!

Inspire-se com sua criança com autismo - pai e filho com autismo

Dicas para as férias com sua criança com autismo

As férias estão aí e com elas uma valiosa oportunidade para passar mais tempo com a sua criança com autismo e ajudá-la em seu desenvolvimento. Mas, como aproveitar esse tempo juntos em família?

A Equipe da Inspirados pelo Autismo preparou algumas dicas para compartilhar com você, seus familiares e amigos. Leia abaixo as nossas sugestões:

Antecipe e explique as mudanças na rotina

Sinalize as mudanças na rotina, antecipe as atividades planejadas para as férias e utilize apoios visuais para facilitar o acompanhamento da passagem do tempo.

Por exemplo, você poderá usar um grande calendário onde você e a criança poderão sinalizar o começo e o fim das férias, assim como poderão marcar as atividades planejadas, os eventos especiais, as viagens ou a visita de familiares e amigos.

Rearranje a sua casa

Como a sua criança se comporta em casa? Guarde alguns minutos das férias para observar como a criança circula pela casa, quais são os seus objetos e espaços prediletos, quais são os locais onde ela demonstra incômodo ou que poderiam tornar-se mais seguros e agradáveis para ela.

Algumas crianças com autismo demonstram hipersensibilidade e tendem a se sentir mais tranquilas e confortáveis em ambientes com menos estímulos visuais, auditivos, olfativos, etc. Logo, vocês poderão promover uma arrumação ou revisão dos objetos da casa, retirando os itens que gerem estímulos desnecessários e, conforme a necessidade, separando os objetos que não estão sendo utilizados para quem sabe, doá-los ou acomodá-los em outra parte da casa.

Veja mais dicas sobre como criar um ambiente responsivo para sua criança com autismo em nosso site.

Leia também sugestões de brinquedos e materiais para a sua criança com autismo em nosso site.

Explore novos territórios

Reserve alguns momentos das férias para observar como a sua criança se comporta nos diversos locais por onde vocês passarem: quais estímulos sensoriais mostram-se mais benéficos à criança? Quais são os lugares e atividades favoritos da criança? Quando ela pode escolher, onde e com que objetos e brinquedos ela brinca?

Estas observações serão valiosas para você poder oferecer à sua criança atividades e visitas aos locais onde ela se sente mais tranquila e motivada. Nesse ambiente de maior tranquilidade, você terá mais chances de aproveitar o seu tempo livre junto da criança, assim como de realizar atividades lúdicas com ela.

Trabalhe metas que se beneficiam de maior tempo em casa no recesso escolar

Você poderá aproveitar as férias escolares e o maior tempo disponível na rotina para trabalhar metas ligadas às habilidades de vida diária como: o uso do vaso sanitário; vestir-se; escovar os dentes; tomar banho; a introdução de novos alimentos; a organização contínua dos objetos, roupas e brinquedos no quarto; o desenvolvimento de habilidades específicas de comunicação; etc.

Esta recomendação funciona melhor para pessoas que terão um período de férias em casa com a criança (caso você esteja viajando com a criança nesse momento, recomendamos que você foque nas metas com maior grau de dificuldade após voltarem para casa, quando a criança já se sentir novamente adaptada ao lar).

Leia em nosso site dicas para o uso do vaso sanitário, a introdução de novos alimentos e o desenvolvimento da comunicação.

Crie mais oportunidades de interação social

Caso a sua criança já esteja em um estágio de desenvolvimento mais avançado, vocês poderão convidar uma outra criança para sessões a três no quarto de brincar. Se você conhece outras crianças que mostram-se responsivas, respeitosas e interessadas pelo seu filho (a), vocês poderão organizar lanches coletivos, sessões de brincadeiras e jogos em casa.

Caso a sua criança demonstre conforto durante uma viagem de férias, você poderá adaptar um ambiente no local em que estiver hospedado e, notando que a sua criança apresenta abertura para que sejam convidadas outras pessoas, buscar a aproximação com uma criança com quem seu filho (a) demonstre afinidade.

É muito importante antecipar e explicar ao seu filho (a) sobre o que você está planejando realizar com a nova criança. Você poderá ajudar a criar um clima descontraído identificando previamente as brincadeiras, brinquedos, personagens ou atividades que as duas crianças apreciam em comum. Um adulto facilitador pode iniciar uma atividade que seja de interesse das crianças e, após elas terem compreendido a dinâmica da brincadeira, ir se afastando aos poucos, permanecendo nas proximidades sempre atento à necessidade de uso do toalete, alimentação, mediação social, etc.

Recomendamos que as sessões envolvam, inicialmente, a criança com autismo e mais uma criança, além do adulto facilitador. Crianças com autismo que estejam em estágios mais avançados de desenvolvimento poderão ter duas crianças ou dois adultos facilitadores interagindo na brincadeira.

Traga ideias de novas atividades

O tempo livre nas férias poderá ser útil também para observar e experimentar novas atividades em família. Você pode mostrar à criança imagens ou vídeos que a ajudem a compreender estas novas atividades e então observar se ela demonstra interesse em participar delas.

Algumas ideias são: preparar receitas de um livro de culinária; encenar cenas de filmes; criar jogos de tabuleiro; confeccionar jogos de cartas; organizar expedições de bicicleta ou a pé em parques, praças, sítios ou fazendas; aprender a tocar instrumentos musicais; cantar com a família no estilo karaokê, etc.

Treine seus familiares e amigos para lhe ajudarem a encenar situações sociais modelo

Você poderá também ser um excelente modelo social para ajudar a sua criança, de forma alegre e divertida, a aprender como agir em algumas situações corriqueiras do cotidiano. Por exemplo, conhecemos muitas crianças que têm dificuldades para tomar a iniciativa, iniciar interações sociais e brincadeiras, lidar com imprevistos e com mudanças ou com o fato de não “ganharem” sempre nos jogos e atividades.

Você, sua família e amigos poderão criar situações engraçadas durante as férias em que, propositadamente, um membro do grupo depare-se com uma mudança, ou fique em “segundo lugar” em alguma brincadeira, e, mesmo assim, consiga controlar suas emoções e frustrações e reagir de uma maneira positiva.

Lembre-se: você ou algum dos outros adultos presentes serão o modelo nessas situações, e a criança apenas observará a sua reação, aprendendo, desta forma, pela sua experiência, como ela poderá agir nessas situações. Você poderá aproveitar a visita e a presença de amigos e familiares para encenar as situações sociais modelo, e, de forma indireta, contribuir para o desenvolvimento social de sua criança.

Celebre a sua criança 

Aproveite que você e a sua criança poderão passar mais tempo juntos para observar as características, as qualidades e o empenho que sua criança demonstra em seus pequenos olhares, gestos e atitudes. Aprecie de forma sincera e amorosa todos os aspectos positivos que você notar e aproveite as férias para rechear com amor, carinho e paciência a convivência entre vocês.

Conte para a gente o que você tem feito nessas férias com a sua criança! Boa diversão!

Participe de um de nossos cursos sobre como promover o bem-estar e o desenvolvimento de pessoas com autismo.

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Cinema para crianças com autismo

Sessão de cinema para crianças com autismo empolga pais no Rio de Janeiro

O filme “Carros”Cinema para crianças com autismo foi exibido pela rede Kinoplex no Shopping Via Parque, na Barra da Tijuca, para uma sessão voltada especialmente às pessoas com autismo, conta a reportagem publicada no site do Jornal O Globo nesta semana.

Durante a sessão, os espectadores podiam se movimentar com mais liberdade pela sala, que foi preparada com o som mais baixo e com a iluminação permanecendo acesa ao longo da exibição.

O grupo de trinta crianças se envolveu com a história contada através de uma animação em computação gráfica, em que veículos cheios de personalidade enfrentam aventuras e corridas automobilísticas. Um dos meninos presentes, João Pedro, pulou de alegria ao assistir a divertida aventura na tela grande!

Os pais acompanharam a sessão e muitos se emocionaram com a experiência. Alguns estavam radiantes ao poder acompanhar os filhos pela primeira vez em uma sessão de cinema. Outros, que já haviam feito tentativas de assistir aos filmes com os filhos em sessões regulares, sentiram-se mais seguros e tranquilos na exibição especial por poderem oferecer aos filhos maior liberdade de movimentos e de expressão de sentimentos.

O projeto de levar as crianças com autismo ao cinema (chamado de “sessão azul”) é conduzido pela psicóloga Carolina Salviano de Figueiredo e faz parte de um conjunto de ações que visa propiciar a inclusão das pessoas com autismo nos mais variados ambientes, com o intuito de colaborar no desenvolvimento de suas habilidades.

Carolina ainda não sabe quando ocorrerá uma nova sessão de cinema na cidade, mas ela deseja dar continuidade à iniciativa e conta que o grupo tem feito incursões também a outros locais, como a fazendas no entorno do Rio de Janeiro. Para saber mais sobre a “sessão azul” da rede Kinoplex, acesse o site do projeto e acompanhe a programação para poder participar da próxima sessão.

Você já ouviu falar em alguma sessão de cinema para crianças com autismo em sua cidade? Conte para a gente!

Compartilhe essa história com os seus amigos pelas redes sociais e vamos torcer para que outras sessões de cinema aconteçam em nossas cidades para as crianças com autismo e suas famílias!

Música para pessoas com autismo

Como a música pode ajudar pessoas com autismo?

Será que a música pode ajudar crianças, adolescentes e adultos com autismo em seu desenvolvimento?  A relação da musicalidade com a prática terapêutica junto às pessoas com autismo tem sido alvo de pesquisas no Brasil e no exterior, dentro do campo da Musicoterapia. Veja abaixo algumas considerações importantes sobre o que tem sido descoberto nesse campo de conhecimento:

Como o corpo das pessoas com autismo funciona quando há música?

Música para pessoas com autismoAs pessoas com autismo podem apresentar um processamento sensorial diferenciado. Sabemos que elas tendem também a processar melhor as informações espaciais e concretas e focar a atenção em partes separadas, podendo ter dificuldade em formar uma ideia geral do todo. Mas, como os processos cerebrais afetam a relação das pessoas com autismo com a música?

Um aspecto muito interessante e que está ligado ao funcionamento cerebral específico das pessoas com autismo é que estas pessoas mostram respostas neurofisiológicas reduzidas para estímulos a partir de palavras nas regiões frontais do cérebro. Ou seja, quando comparadas com as pessoas neurotípicas, as pessoas com autismo tendem a apresentar uma diminuição significativa da ativação para palavras em regiões centrais do córtex parietal, de acordo com o Professor Gustavo Schulz Gattino.

Além disso, entre as pessoas com autismo podem ocorrer reduções nos níveis de atividade do córtex auditivo secundário, sendo que esta é a área do cérebro onde deveriam ser processados os sons da fala. Estes fatores fazem com que possa existir entre as pessoas com autismo um maior interesse por sons relacionados à música do que por sons vindos da fala.

Segundo o Professor Gustavo Schulz Gattino, em relação à música, as pessoas com autismo tendem a apresentar uma capacidade intacta para percepção de melodias simples e um desempenho superior a indivíduos com desenvolvimento típico para processar elementos locais melódicos. Apesar disso, observa-se uma dificuldade para decifrar algumas melodias complexas e isto está ligado à dificuldade em formar “imagens musicais”, ou seja, compreender e ter uma visão global de séries de melodias que não apresentam o mesmo direcionamento.

As pessoas com autismo percebem sentimentos e emoções na música?

De acordo com pesquisas cujos resultados foram obtidos a partir de análises fisiológicas de alterações na pele dos indivíduos pesquisados enquanto eles ouviam música, as pessoas com autismo costumam ter uma percepção apropriada dos sentimentos e emoções evocados pelas músicas.

Nestes estudos, as pessoas com autismo em geral conseguiram identificar alegria, tranquilidade ou tristeza, por exemplo, ao ouvirem música, de maneira parecida com as pessoas neurotípicas.

O fato de a compreensão dos sentimentos e a expressão emocional estarem aparentemente preservadas entre as pessoas com autismo quando elas são expostas às musicas indica oportunidades e possibilidades amplas de trabalhos terapêuticos que envolvam o desenvolvimento da comunicação, do aprendizado e da interação social a partir da Musicoterapia.

Como a música pode ajudar as pessoas com autismo?

A Musicoterapia voltada às pessoas com autismo teria como objetivos o desenvolvimento de talentos e habilidades mediado pelas experiências musicais. A música poderia beneficiar o tratamento de crianças, adolescentes e adultos ao:

  • possibilitar a ação das pessoas com autismo dentro da estrutura temporal da música, através de participações livres, da exploração de instrumentos e de improvisações;
  • oferecer oportunidades de auto-expressão e de vivências criativas, como experiências de comunicação e interação entre pares sem a necessidade do discurso verbal;
  • oferecer alternativas de expressão e comunicação de modo socialmente adequado;
  • apresentar oportunidades para que as pessoas com autismo possam assumir responsabilidades com os demais indivíduos, por exemplo, quando os mesmos estão produzindo música juntos;
  • propiciar o aumento da comunicação verbal e não-verbal entre os pares;
  • possibilitar a aprendizagem de regras sociais para poder replicá-las em outros ambientes e contextos.

Entre as experiências musicais mais usadas em Musicoterapia, pode-se citar a improvisação musical, a composição musical, a re-criação de canções e a audição musical, segundo o Professor Gustavo Schulz Gattino.

Saiba mais sobre os benefícios da música para as pessoas com autismo e conheça a experiência de algumas crianças e adolescentes lendo também um artigo publicado no site do jornal Folha de São Paulo.

Agradecemos à equipe do LEdi (Laboratório de Educação Inclusiva) da UDESC e ao Professor Gustavo Schulz Gattino pela promoção de palestras sobre Musicoterapia e Autismo e por compartilhar os valiosos conhecimentos sobre o assunto. Citamos a seguir algumas indicações bibliográficas relacionadas ao trabalho do Professor Gustavo Schulz Gattino.

Aos interessados em saber mais sobre o assunto, recomendamos a página oficial do Professor Gustavo Schulz Gattino no Facebook e a leitura do livro “Musicoterapia e Autismo, teoria e prática”, de sua autoria.

Bibliografia

Allen et al. The Effects of Autism and Alexithymia on Physiological and Verbal Responsiveness to Music. Autism.  18: 137, 2014.

Bouveta et al. Auditory local bias and reduced global interference in autism. Cognition. Volume 131, Issue 3, June 2014, Pages 367–372.

E.-M. Quintin, A. Bhatara, H. Poissant, E. Fombonne, D.J. Levitin Processing of musical structure by high-functioning adolescents with autism spectrum disorders Child Neuropsychology, 19 (3) (2013), pp. 250–275.

Gattino G. A influência da musicoterapia na comunicação de crianças com transtorno autista. Dissertação de mestrado. Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2009.

Gattino G. Musicoterapia aplicada à avaliação da comunicação não verbal de crianças com transtornos do espectro autista : revisão sistemática e estudo de validação.Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2012.

Ludlow, B.  et. Auditory processing and sensory behaviors in children with autism spectrum disorders as revealed by mismatch negativity. Brain and Cognition, Volume 86, 2014, 55 – 63.

Ludlow, B.  et. Auditory processing and sensory behaviors in children with autism spectrum disorders as revealed by mismatch negativity. Brain and Cognition, Volume 86, 2014, 55 – 63.

Samson F, Hyde KL, Bertone A, Soulieres I, Mendrek A, Ahad P, et al. Atypical processing of auditory temporal complexity in autistics. Neuropsychologia. 49. England: 2010 Elsevier Ltd; 2011. p. 546-55.

Stanutz, S. et al. Pitch discrimination and melodic memory in children with autism spectrum disorders. Autism.  18: 137, 2014.

T.Kujala , T.  Lepistö , R.  Näätän. The neural basis of aberrant speech. Neuroscience & Biobehavioral Reviews, Volume 37, Issue 4, 2013, 697 – 704

Material para ajudar pessoa com autismo a usar o vaso sanitário

Material de apoio visual para ajudar crianças a usar o vaso sanitário

Sabemos que apoios visuais podem ajudar bastante as nossas crianças, adolescentes e adultos com autismo na realização de suas tarefas no dia a dia. Por isso, elaboramos cartazes ilustrativos para ajudar meninas e meninos a usar o banheiro!

Material para ajudar pessoa com autismo a usar o vaso sanitário

 

 

 

 

 

 

 

 

Os cartazes contêm um passo a passo que poderá orientar as crianças, adolescentes e adultos com autismo na utilização do vaso sanitário. Os cartazes poderão ser afixados em casa, nas escolas, em clínicas e instituições.

Sugerimos que os cartazes sejam colocados na horizontal, com a sequência do passo a passo começando na esquerda e terminando na direita. Temos quatro tipos de cartazes:

  • um cartaz para as meninas;
  • um cartaz para os meninos que fazem o xixi e o cocô sentados;
  • dois cartazes para os meninos que fazem xixi em pé e cocô sentado (nesse caso, temos um cartaz para o xixi e outro cartaz para o cocô).

Para baixar gratuitamente, clique aqui.

Você poderá imprimir o seu cartaz ilustrativo usando a sua impressora no formato “paisagem” e clicando no link acima.

Após afixar o cartaz no banheiro, seria fantástico convidar a sua criança para conhecer as ilustrações e acompanhá-la com empolgação e entusiasmo nas primeiras tentativas, comemorando sempre as iniciativas e tentativas dela!

Você poderá também tornar-se um modelo e encenar de forma divertida e engraçada a observação do cartaz e a execução do passo a passo no banheiro, para que a sua criança visualize como seguir a sequência na prática. Os personagens, músicas e temas favoritos de sua criança poderão também ser levados ao banheiro e utilizados na encenação!

Recomende os novos materiais de apoio para ajudar crianças a usar o vaso sanitário aos seus amigos e colegas pelas redes sociais clicando nos ícones abaixo.

Leia mais dicas sobre como ajudar crianças com autismo a usar o vaso sanitário em nosso blog!

Para conhecer os cursos sobre a nossa abordagem lúdica, motivacional e responsiva e aprender estratégias práticas para auxiliar a vida diária das pessoas com autismo, clique aqui.

Como ensinar uma criança com autismo a somar

Como ensinar matemática para crianças com autismo

Interesses:Como ensinar uma criança com autismo a somar

Dar voltas pelo quarto de brincar em cima de um tecido, simulando um voo de avião.

Metas principais:

Aprendizado de matemática (operações de adição).
Participação em brincadeira simbólica.

Ação motivadora (o papel do adulto):

O adulto leva a criança para dar voltas pelo quarto de brincar sobre um tecido simulando um divertido e emocionante voo de avião pelo quarto de brincar. O avião pousará próximo a um supermercado, onde a criança e o adulto poderão fazer compras, como ilustrado no vídeo abaixo.

Solicitação (o papel da criança):

A criança poderá escolher os produtos do supermercado e depois será motivada a somar a quantidade de produtos escolhidos.

Estrutura da atividade:

Como iniciar a atividade com entusiasmo?

O adulto usa empolgação para convidar a criança para dar voltas ou giros pelo quarto sobre um tecido, como se estivesse num voo de avião. O avião voará pelo quarto diversas vezes e o adulto pode explicar à criança que quando o avião estacionar, eles terão chegado a um supermercado (mais motivador ainda se for a representação de um supermercado que a criança conhece e gosta de frequentar em sua cidade).

O adulto então estabelece uma atividade cíclica em que ele leva a criança para dar voltas pelo quarto no tecido.  Após 1 a 5 voltas, o adulto afasta-se fazendo suspense e, de forma previsível volta a levar a criança para dar voltas novamente, repetindo diversos ciclos sem pedir nada à criança, apenas fazendo a ação motivadora de graça, pausando por alguns segundos, fazendo a ação novamente, pausando, e assim por diante.

Como fazer uma solicitação divertida?

O adulto poderá se divertir com a criança enquanto a leva pelos voos no quarto e, quando notar que a criança está altamente conectada, demonstrando este interesse através de olhares, sorrisos, gestos, sons ou palavras, o adulto pode anunciar animadamente que eles chegaram ao supermercado.

O adulto poderá mostrar para a criança um cartaz com alguns produtos de supermercado afixados. Ao elaborar o cartaz e os produtos, você poderá escolher bebidas e comidas que a sua criança goste. O adulto então explica que eles vão poder escolher algumas bebidas e algumas comidas, destacando estes itens do cartaz e colocando-os em cima de outro cartaz menor. Neste cartaz menor, poderão existir campos em branco (por ex.: ___ + ___ = ___).

O adulto ajudará a criança a contar a quantidade de itens de bebidas e a quantidade de itens de comida. Cada quantidade será anotada pelo adulto nos campos do cartaz menor. Depois, o adulto e a criança farão a operação de adição, contando todos os itens selecionados e chegando à soma total dos itens escolhidos.  A soma total também será anotada no cartaz menor.

A solicitação para que a criança destaque os itens de supermercado do cartaz e depois realize a contagem e a soma dos mesmos é feita através de um convite animado, e não uma ordem. As tentativas da criança de escolher os produtos, de contá-los e somá-los são então comemoradas carinhosamente pelo adulto.

Após realizarem a primeira compra no supermercado, o adulto convida animadamente a criança para uma nova volta pelo quarto, e um novo ciclo da brincadeira se inicia.

É possível realizar a atividade com dois adultos facilitadores e uma criança?

Esta atividade poderá ser realizada entre um adulto facilitador e uma criança e, dependendo do estágio de desenvolvimento da criança, a atividade poderá sim ser também conduzida por dois adultos facilitadores.

As consultoras da Inspirados pelo Autismo Fernanda Nascimento e Jaqueline França conduziram uma sessão a três usando esta atividade. As duas consultoras juntas levaram a criança para dar a volta de avião pelo quarto, e comemoram com entusiasmo todas as participações da criança na brincadeira.

Uma das vantagens de realizar sessões a três é que, enquanto um adulto pode conduzir a atividade, o outro pode ser um modelo social para a criança de como agir na brincadeira, facilitando a compreensão e o engajamento na atividade. O adulto que conduz a atividade pode então dar explicações ao outro facilitador e e celebrar a participação dele na brincadeira, motivando a criança a também realizar as tentativas.

Acesse o vídeo abaixo para assistir a um trecho da sessão realizada pelas nossas consultoras com essa atividade interativa:

Variações:

Quando a criança já consegue somar as duas categorias de produtos com facilidade, podemos ajustar o grau do desafio desta atividade criando mais categorias a serem somadas. Por exemplo, em vez de somar duas categorias (alimentos e bebidas), o adulto pode convidar a criança a somar três ou quatro tipos de produtos diferentes, aumentando o “carrinho” de compras. O cartaz menor poderá então ter o formatos ___ + ___ + ___  = ___ ou ___ + ___ + ___ + ___= ___.

Para ajudar a criança a manter-se motivada durante a interação e prolongar o tempo de duração da atividade, podemos inserir em alguns ciclos pequenas variações na ação motivadora como, por exemplo, o adulto mostrar que o avião está voando em diferentes altitudes, enfrentando uma tempestade, passando por cima de cidades ou voando em câmera lenta. Caso vocês estejam realizando uma sessão a três, a criança pode ser inicialmente levada por um adulto só, e então o outro adulto facilitador pode ser anunciado, entrar no quarto com uma fantasia diferente e seguir no voo com a criança em direção ao supermercado. O adulto pode ainda cantar músicas ou representar personagens que a criança goste enquanto a leva para dar voltas de avião pelo quarto.

Se a criança se interessar por dar giros pelo quarto, mas nós desejarmos trabalhar a meta de número-adição associada a uma meta diferente, como, por exemplo, a comunicação verbal expressiva, podemos pedir que a criança fale o número de itens de cada categoria de produtos, nomeie cada produto ou que ajude o adulto a contar o número de voltas dadas pelo quarto no avião.

Já se a meta for aumentar ainda mais a participação da criança na brincadeira simbólica, podemos oferecer o “passeio pela cidade” (no quarto) de diferentes modalidades – de avião (em cima do tecido), à cavalo (com a criança de “cavalinho” nas costas do adulto), de carro (o adulto pode levar a criança dentro de uma caixa), etc. O adulto também pode criar situações específicas, por exemplo: Imagine que vamos assistir a um filme em casa, então que comidas e bebidas vamos comprar no supermercado? Ou vamos imaginar que nossa família vai para o clube, o que a gente vai levar do supermercado para o lanche? Podemos também convidar a criança a expandir o jogo simbólico e continuar a trabalhar a matemática pagando com dinheiro de brincadeirinha o valor final da compra e receber do caixa o troco.

Se a nossa criança não se interessar por dar voltas no quarto, podemos manter a mesma estrutura e meta da brincadeira e oferecer ações motivadoras diferentes como, por exemplo, cócegas, massagens, pular na cama elástica, pular na bola de Pilates, etc. Nossa experiência tem nos mostrado que algumas crianças apreciarão por si só a experiência de simular uma compra no supermercado e, nesse caso, olhar o cartaz e escolher os produtos já serão ações motivadoras empolgantes e interessantes para elas.

Compartilhe essa atividade sobre como ensinar matemática para crianças com autismo através das redes sociais. Veja também outras atividades interativas em nosso site!

As consultoras Fernanda e Jaqueline e toda a Equipe da Inspirados pelo Autismo agradecem à família pela cessão do vídeo e pela possibilidade de compartilhá-lo em nosso site.

Como fortalecer um vínculo com sua criança com autismo

Ao fortalecer o vínculo com sua criança com autismo você poderá ajudá-la ainda mais a desenvolver as suas habilidades de comunicação e interação social.

Veja abaixo três passos simples para você sentir maior apreciação em suas interações e construir ou fortalecer um vínculo com sua criança com autismo:

Primeiro passo

Observe a atividade favorita de sua criança (uma atividade que não apresente comportamentos indesejados como choro, gritos, agressões, destruição de materiais ou qualquer atividade que ponha em risco a integridade física da pessoa, de outros ou dos materiais). Ela gosta de alinhar objetos, pular na cama, rodar em círculos, fazer sons com sua boca ou com objetos, desenhar, construir uma torre, falar sobre dinossauros ou sobre algum personagem? Observe a atividade e faça com ela. Corra com ela, pule, deite-se no chão e alinhe os carros com ela. Se ela estiver utilizando objetos na atividade e não quiser compartilhá-los com você, encontre objetos similares para utilizá-los da mesma forma que ela. Faça o que ela estiver fazendo mesmo que a atividade pareça uma tolice sem propósito. Se ela quiser a sua ajuda, a ajude! A princípio, não tente guiar ou direcionar, apenas siga a criança.

Segundo passo

Enquanto você acompanha a criança na atividade dela, procure envolver-se genuinamente com a atividade. Desapegue-se de quaisquer outros pensamentos para que você possa estar “presente” na atividade. Não pense no que as outras pessoas iriam pensar se elas vissem você correndo e balançando as suas mãos. Permita-se brincar como a sua criança! Se você não consegue ou não se sente à vontade para fazer exatamente o que ela faz, faça o que você conseguir ou se sentir à vontade para fazer. Por exemplo, se você está com a perna machucada e a criança está pulando na cama elástica, você pode acompanhá-la do lado de fora da cama elástica balançando seu corpo e braços no mesmo ritmo que ela. O importante é estar confortável na atividade.

Terceiro passo

Uma vez envolvido na atividade, comece a procurar uma forma de apreciar esta experiência e a criança que você está acompanhando. Você pode notar o entusiasmo de sua criança e sentir-se grato por ela ter encontrado uma atividade que ela claramente gosta. Você pode prestar atenção aos estímulos sensoriais interessantes ou prazerosos que a atividade traz para você – o que você sente no seu corpo ao fazer a atividade, como você vê as coisas durante a atividade, ou algum som que você ouve. Você pode sentir-se grato pela companhia da criança. Encontre algo em relação a esta atividade que você consegue genuinamente apreciar. Daí foque neste sentimento de apreciação enquanto você continua a seguir sua criança. Esteja consciente de como você se sente neste estado de apreciação e gratidão enquanto você acompanha sua criança na atividade escolhida por ela.

Que tal experimentar os três passos acima com a sua criança e depois contar para a gente como você se sentiu? Acha que essas dicas podem ser úteis para os seus familiares e amigos? Então, ajude-nos a compartilhá-las pelas redes sociais clicando nos ícones abaixo.

Quer aprender mais sobre a abordagem relacional, lúdica e motivacional da Inspirados pelo Autismo para ajudar a sua criança com autismo? Participe de nossos cursos e aprenda mais estratégias práticas para aplicar no dia a dia com sua criança com autismo.

Como escolher uma escola para a sua criança com autismo?

Listamos abaixo 5 questionamentos que podem ajudar no momento de escolher uma instituição de ensino regular para a sua criança ou adolescente com autismo:

Ponto 1: como a escola se posiciona em relação a receber a criança ou adolescente com autismo?

Embora seja garantida pela legislação, a inclusão de pessoas com autismo no ensino regular vem se desenvolvendo aos poucos no Brasil. Ou seja, embora a Lei 12.764 tenha reforçado os direitos das pessoas com autismo ao ensino regular na Educação Básica e no Ensino Profissionalizante, muitas escolas ainda estão se capacitando e aprendendo sobre o autismo. Não é raro encontrarmos professores que estão recebendo, pela primeira vez, um aluno com o diagnóstico, sendo que, muitas vezes, o processo de inclusão ocorre num esforço conjunto entre professores, pais e os próprios alunos. Então, o que fazer diante desse cenário? Primeiramente, você poderá conversar com profissionais e outros pais em sua região. Depois, você poderá fazer um levantamento das escolas existentes e visitar cada instituição para tentar perceber como está se desenvolvendo o processo de inclusão em cada escola.  E o que pode fazer uma escola se destacar frente às demais? O respeito pela criança ou adolescente com autismo, o desejo genuíno em auxiliar no desenvolvimento daquele aluno, a flexibilidade para trabalhar as adaptações que se fizerem necessárias no ambiente escolar e a capacidade de articular um trabalho em conjunto, dentro da própria escola (com a diretoria e coordenação pedagógica, professores, mediadores e profissionais do atendimento especializado) e fora da escola (com pais e com os outros profissionais que auxiliam a criança) são aspectos importantes. A possibilidade de envolver os demais alunos da classe e seus pais no projeto de inclusão também é um ponto a ser considerado (por exemplo, poderão ser realizadas conversas com os coleguinhas e com seus pais sobre formas de colaborar e conviver com o aluno com autismo na sala de aula e nas dependências da escola). Ou seja, você pode não encontrar entre as escolas da sua cidade uma instituição que já esteja totalmente preparada para receber a sua criança ou adolescente com autismo, mas esteja atento ao posicionamento demonstrado pela escola e por sua equipe. Temos recebido muitos profissionais de escolas que estão participando de nossos cursos para saber como lidar com seus primeiros alunos com autismo, o que tem sido fantástico! São professores que estão buscando entender mais sobre o autismo e sobre as características daquele aluno em específico, para elaborar a partir daí um plano de ensino que seja adaptado e eficaz. Temos acompanhado também muitos pais que encontraram escolas receptivas e com uma atitude bastante positiva frente ao aluno, e que estão compartilhando com estas escolas os conhecimentos já adquiridos sobre o autismo: não tem sido incomum partir dos próprios pais a iniciativa de dividir com a escola livros, filmes e materiais que auxiliem a inclusão do aluno e sua permanência na escola no dia a dia. Há pais que chegam a inscrever professores e educadores em cursos para que eles aprofundem seus conhecimentos sobre o autismo, demonstrando um grande esforço e empenho no processo de inclusão dos seus filhos.

Ponto 2: a escola encontrará meios que possibilitem manter um diálogo constante com a família e com os profissionais que auxiliam a criança ou adolescente fora da instituição de ensino?

Se você já tem em mente algumas escolas que parecem adequadas à sua criança ou adolescente com autismo, cabe então averiguar se os profissionais dessa escola estão motivados para uma comunicação constante com vocês pais e com os outros profissionais que acompanham a pessoa com autismo. Qual a importância dessa comunicação? Antes de tudo, a comunicação possibilita a troca de informações que podem ser cruciais para o cotidiano do aluno na escola. Quais são as sensibilidades do aluno? Quais são os interesses e motivações desse aluno? Como auxiliar o aluno diante de uma sobrecarga sensorial? Quais tratamentos o aluno vem fazendo e quais aspectos têm sido trabalhados nesses tratamentos? O espectro do autismo é amplo de maneira tal que uma criança com autismo pode ser bastante diferente da outra. Ou seja, para que aquela criança ou adolescente possa se adaptar à escola, será necessário que a escola atente-se às suas necessidades individuais. O fato de a escola ou de o professor já ter tido uma experiência prévia com outro aluno com autismo não garante o sucesso na inclusão de um novo aluno, pois os sintomas do autismo podem se manifestar de formas diferentes entre as pessoas com o diagnóstico. Além disso, uma mesma pessoa com autismo pode passar por períodos de maior sensibilidade sensorial, pode demonstrar mudanças em seus padrões de comportamento devido a dietas e tratamentos biomédicos e pode ainda ter altos e baixos em seu continuum de aprendizados, devido ao funcionamento de seu corpo e ao seu estilo próprio de aprendizagem. Logo, se houver uma troca constante de informações, maiores as chances de a inclusão do aluno alcançar mais sucesso. Essa troca de informações pode ainda assumir um papel vital ao fortalecer o vínculo de confiança entre a escola e os pais. E como promover esse diálogo? Através de reuniões periódicas na escola e também do contato mais diário por meio de anotações detalhadas e cuidadosas na agenda do aluno, em ambos os sentidos – tanto os pais e profissionais podem comunicar à escola alterações e fatos observados no dia a dia, como a escola também pode explicitar comportamentos e acontecimentos desenrolados em seus turnos. A comunicação pode ajudar todas as pessoas que auxiliam a criança ou adolescente com autismo a se antecipar e estar mais bem preparados para eventuais momentos de crise, como também pode ajudar a alcançar e reforçar a aquisição de habilidades e sua generalização para os distintos ambientes. Ou seja, a comunicação é um aspecto vital e é bastante importante conversar com a escola sobre maneiras de propiciar a troca constante de informações.

Ponto 3: a escola tem a intenção de promover a interação entre o professor regente, o professor auxiliar/mediador e o profissional do atendimento especial da criança ou adolescente com autismo?


Pessoas com autismo podem ter uma forma de aprender diferente. Elas tendem a absorver melhor informações visuais, podem conseguir lidar com mais facilidade com atividades fragmentadas em pequenas etapas e podem ser extremamente talentosas em áreas específicas, como as que envolvem a memorização de fatos e de sequências numéricas. Devido às características de seu sistema sensorial, o aluno com autismo pode precisar de momentos de pausa e de exercícios, massagens e movimentos. É papel do professor auxiliar/mediador intermediar a relação do aluno com autismo com o professor regente e com a classe e, devido à importância que essa intermediação assume, recomendamos que seja averiguado e discutido com a escola como a interação entre professor auxiliar/mediador e o professor regente ocorrerá. Nas escolas que oferecem um atendimento especializado no contra turno, as estratégias de ensino desenvolvidas pelos profissionais do atendimento especial também devem estar alinhadas às necessidades identificadas em sala de aula regular e aos desafios atuais do aluno. Você poderá procurar saber como a coordenação pedagógica da escola planeja estruturar a relação de sua própria equipe, e como será a integração do mediador com os profissionais da escola.

Ponto 4: a escola considera proporcionar adaptações físicas na classe para a criança ou adolescente com autismo?

Como escolher uma escola para criança com autismo
Um projeto de inclusão deve levar em conta tanto o esforço do aluno em se adaptar à escola, bem como da escola em se adaptar ao aluno. No caso das pessoas com autismo, as adaptações podem incluir aspectos físicos do ambiente escolar, assim como aspectos ligados à metodologia de ensino. Quanto aos aspectos físicos do ambiente escolar, conhecer as características do aluno e tentar minimizar os estímulos sensoriais que podem afetar a sua permanência na escola são os primeiros passos para uma inclusão bem sucedida. Antes de tudo, porém, é necessário conversar com a escola e antecipar possíveis mudanças, que podem ser implementadas conforme os sinais que a criança ou adolescente mostrar no período de adaptação à escola. Estas mudanças podem englobar a posição do aluno na sala (mais próximo do quadro e da professora regente, ou num local mais calmo e silencioso da classe, conforme as suas necessidades), o modelo de mesa e carteira (que poderão ficar mais confortáveis com inclinações diferentes ou com acessórios como almofadas), o uso de quadros de rotinas e de outros instrumentos de apoio visual, a criação de um espaço ninho (onde a criança possa se retirar quando precisar equilibrar-se sensorialmente), etc. Os pais poderão compartilhar adaptações que já são feitas em casa e pensar junto da escola em como implementá-las na classe.

Ponto 5: a escola está disposta a oferecer uma plano pedagógico individualizado para a criança ou adolescente com autismo?


A adaptação da escola não se limita aos aspectos físicos. Muitas vezes é preciso encontrar formas diferentes de atrair a atenção e propiciar engajamento nas tarefas em classe. Pode ser necessário também adaptar o método de ensino, personalizando para aquele aluno a exposição aos conteúdos que estão sendo trabalhados pela turma. Os interesses  e as motivações do aluno podem ser habilmente utilizados para impulsionar a sua participação em atividades acadêmicas. Logo, deve-se investigar se escola está disposta a oferecer um plano de ensino personalizado para o aluno com autismo.

Quer saber mais sobre como escolher uma escola para a sua criança com autismo?

Uma série de reportagens publicadas pela Revista Escola sobre a inclusão escolar de pessoas com autismo ressalta que as instituições de ensino passam por um momento de “construção” e que o processo de inclusão está sendo desenvolvido no dia a dia, o que reforça a necessidade de parceria com os pais. Em um vídeo mostrado nesta mesma série de reportagens, o processo de inclusão do aluno Matheus de 14 anos em uma escola pública é comentado por sua mãe, suas professoras e suas colegas de classe. A professora Márcia Martinelli conta no vídeo, por exemplo, como ela usou o interesse de Matheus pelos números e pelas placas de carro e a sua grande habilidade em memorizá-los para neutralizar os barulhos e a agitação da classe, mantendo Matheus focado dentro da sala. Acesse essa série de reportagens e conheça mais sobre a experiência de Matheus.

No blog Lagarta Vira Pulpa escrito por Andréa, mãe do Theo, há uma relação com indicação de escolas em vários estados do Brasil. Veja as instituições recomendadas pelo blog de Andréa em sua região e troque informações com outros pais e profissionais!

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Descontos por participante:

Turma 1 – São Paulo – 17 a 20 de setembro

Investimento por participante:
1º lote: R$1428 até o dia 10/07/20 (15% de desconto).
2º lote: R$1512 até o dia 10/08/20 (10% de desconto).
3º lote: R$1680 até o dia 08/09/20 (valor integral).
Inscrições limitadas e abertas até o dia 08 de setembro de 2020 (terça-feira).

Descontos em mais de um curso: Quem se inscrever em 2 cursos, também tem o desconto de 5% somado ao desconto por prazo de inscrição. Quem se inscrever em 3 ou mais cursos tem o desconto de 10% somado ao desconto por prazo de inscrição. Somados, os descontos podem chegar a quase 25% do valor integral dos cursos. Os descontos serão oferecidos no total do carrinho de compras.

Descontos para grupos: Inscrições para grupos de 2 pessoas têm mais 5% de desconto somado ao desconto por prazo de inscrição, e inscrições para grupos de 3 ou mais pessoas têm mais 10% de desconto somado ao desconto por prazo de inscrição. Somados, os descontos podem chegar a quase 25% do valor integral do curso. Os descontos serão oferecidos no total do carrinho de compras se apenas uma pessoa fizer a inscrição para todos. Para que cada membro do grupo possa fazer o pagamento da inscrição separadamente, mas com o desconto de grupo, entre em contato conosco por email.

Descontos por participante:

Turma 1 – São Paulo – 24 a 27 de março

1º lote: R$1428 até o dia 17/12/21 (15% de desconto).
2º lote: R$1512 até o dia 15/02/22 (10% de desconto).
3º lote: R$1680 até o dia 15/03/22 (valor integral).
Inscrições limitadas e abertas até o dia 15 de março de 2022 (terça-feira).

Descontos para grupos: Inscrições para grupos de 2 pessoas têm mais 5% de desconto somado ao desconto por prazo de inscrição, e inscrições para grupos de 3 ou mais pessoas têm mais 10% de desconto somado ao desconto por prazo de inscrição. Somados, os descontos podem chegar a quase 25% do valor integral do curso. Os descontos serão oferecidos no total do carrinho de compras se apenas uma pessoa fizer a inscrição para todos. Para que cada membro do grupo possa fazer o pagamento da inscrição separadamente, mas com o desconto de grupo, entre em contato conosco por email.