Interesses:
Cócegas, suspense, vozes de personagens, máscaras, o personagem favorito de sua criança (por exemplo, o Pablo do desenho animado dos Backyardigans).
Metas principais:
Comunicação verbal.
Desenvolver período de atenção compartilhada de 5min ou mais.
Ação motivadora (o papel do adulto):
O adulto veste uma máscara, age e fala como o Pablo – personagem dos Backyardigans favorito da criança – enquanto faz cócegas na criança.
Solicitação (o papel da criança):
A criança falar a palavra “Cócega” para pedir que o adulto faça cócegas nela.
Estrutura da atividade:
O adulto fantasiado informa que ele agora é o Pablo, imita a voz e os trejeitos do personagem e, com animação, anuncia que vai fazer cócegas na criança. Se a criança permitir a aproximação do adulto, ele faz cócegas nela sem pedir nada em troca, apenas faz cócegas e nomeia sua ação dizendo de forma clara e divertida a palavra “Cócega!”. O adulto estabelece uma atividade cíclica em que ele faz cócegas por alguns momentos, afasta-se fazendo suspense e, de forma previsível volta a fazer cócegas novamente, repetindo diversos ciclos sem pedir nada à criança, apenas fazendo a ação motivadora de graça, pausando por alguns segundos, fazendo a ação novamente, pausando, e assim por diante. A modelagem da palavra “Cócega” permanece durante todos os ciclos, ou seja, o adulto continua dizendo para a criança a palavra “Cócega” enquanto faz cócegas e enquanto faz cada pausa com suspense. Quando a criança encontra-se altamente motivada pela ação do adulto, demonstrando este interesse através de olhares, sorrisos, gestos, sons ou palavras, o adulto passa a solicitar durante a pausa da ação que a criança fale a palavra “Cócega”. A solicitação é um convite animado, e não uma ordem. O adulto estimula a criança a falar e responde a qualquer tentativa de fala com uma celebração e a volta da ação desejada por ela. Desta forma, o adulto mostra para a criança a função de sua comunicação verbal, o poder de seus sons e palavras. Nos próximos ciclos da brincadeira, enquanto a criança continua altamente motivada, o adulto a estimula a falar a palavra modelada de forma a comunicar o desejo dela pela continuidade da ação.
Variações:
Podemos ajustar o grau do desafio desta atividade quando a criança já consegue falar “Cócega” com facilidade e constância e solicitar que ela fale uma combinação de 2 a 3 palavras, por exemplo, “Quero cócega”, ou “Faça cócega”, ou “Cócega na barriga”, ou “Cócega na perna”. Estabelecemos uma combinação de palavras de acordo com o contexto, passamos a modelar esta sentença ao oferecer a ação para a criança e, na pausa da ação, solicitamos que ela fale aquela sentença. No exemplo da atividade acima, o adulto então passa a falar “Quero cócega” enquanto faz cócega na criança e quando pausa a ação esperando que a ela fale. Pode parecer estranho, mas neste momento, estamos oferecendo um modelo para a criança da sentença exata que ela poderia falar para pedir pela ação.
Para ajudar a criança a manter-se motivada durante a interação e prolongar o tempo de duração da atividade, podemos inserir em alguns ciclos pequenas variações na ação motivadora, por exemplo, oferecer diferentes formas e intensidades de cócegas, cócegas em diferentes partes do corpo, o Pablo pode trazer objetos ou fantoches para que estes façam cócegas na criança, o Pablo pode andar em câmera lenta, andar em passos largos, andar em passos miudinhos, cantar, dançar, espirrar dramaticamente e até cair no chão antes de fazer cócegas na criança. Comédia pastelão costuma ser bem recebida por muitas de nossas crianças a adultos dentro do espectro do autismo.
Caso a criança não se interesse pelo personagem Pablo, podemos manter a atividade original e modificar o personagem de acordo com os interesses dela, por exemplo, transformando-nos em um pato ou cachorro que faz cócegas se estes forem seus animais favoritos. Se ela gosta dos personagens da animação “Carros”, da Disney, podemos ser o McQueen ou o Mate que adora andar pelo quarto “acelerando seus motores” e fazendo cócegas nela.
Se a criança se interessa por cócegas e pelo Pablo, mas desejamos trabalhar uma meta diferente da comunicação verbal como, por exemplo, ajudar a criança a participar fisicamente em uma atividade interativa, podemos manter a brincadeira das cócegas do Pablo, mas modificar o papel da criança na atividade. Ao invés de solicitarmos que ela fale uma palavra ou sentença para pedir por nossa ação, explicamos e mostramos a ela que ela pode tocar no botão vermelho desenhado na cartolina para que voltemos a fazer cócegas nela. Ainda na área de participação física, podemos fazer cócegas, deixar que o nosso chapéu caia no chão, e então pedirmos que a criança coloque o chapéu do Pablo em nossa cabeça para que nos transformemos no Pablo e voltemos a fazer cócegas nela.
Se nossa criança não se interessa por cócegas naquele momento, podemos manter a mesma estrutura da brincadeira das cócegas e oferecer uma ação motivadora diferente, como por exemplo, o Pablo fazer massagem/carinho na criança, ou o Pablo levar a criança para passear de cavalinho em suas costas.
Se a criança não gosta ou tem medo de máscaras, não utilizamos a máscara do Pablo nesta atividade. A diversão é a chave da interação e do subsequente aprendizado!
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muito bom