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Técnicas de improvisação teatral para pessoas com autismo

Técnicas teatrais para o desenvolvimento de pessoas com autismo

O laboratório de Psicologia da Universidade de Indiana, nos EUA, está conduzindo estudos envolvendo a utilização de técnicas teatrais de improvisação para o desenvolvimento de pessoas com autismo. O laboratório quer verificar como estas ferramentas podem ser utilizadas para ajudar pessoas com autismo a compreender e a expressar emoções. Segundo a equipe, interpretar a linguagem corporal e as emoções dos outros pode muitas vezes ser desafiador para pessoas com autismo. Ao se comunicar, socializar e fazer amigos, nem sempre os sinais e a leitura desses códigos são captados facilmente pelas pessoas com autismo. Os pesquisadores investigam então formas de promover estas habilidades.

Técnicas de teatro para pessoas com autismoRachel Magin, estudante de doutorado na Universidade, tem trabalhado com crianças de seis a nove anos com autismo de alto desempenho em uma aula especial para o desenvolvimento de habilidades sociais. A ideia é explorar as diferentes maneiras pelas quais as pessoas se comunicam. Por exemplo, “através de nossas expressões faciais, através do modo como nossa linguagem corporal mostra isso, ou apenas o tom de nossa voz”, afirma. O trabalho tem um foco bem objetivo: as crianças participam de sessões em que improvisam situações diversificadas de seu cotidiano, refletem sobre suas emoções e sobre como elas as demonstram, e isso as ajuda a se comunicar mais claramente em suas vidas. Para Rachel Magin, decifrar os códigos e pistas sociais pode ser comparado a usar uma língua estrangeira e “nossas crianças não necessariamente aprenderam essa língua”.

“A técnica [teatral] propicia um ambiente seguro, divertido e autêntico de aprendizagem.” Jim Ansaldo

Numa das sessões conduzidas pelos pesquisadores, uma criança retira uma frase de um envelope. Depois, a criança escolhe aleatoriamente um cartão contendo uma emoção. A criança lê a frase demonstrando a emoção descrita no cartão para os seus colegas da classe. Os colegas tentam decifrar qual a emoção expressa. Rachel conta que as vezes as crianças acertam a emoção rapidamente. Mas a encenação pode ficar intrigante quando a frase sorteada não expressa uma emoção mais óbvia. O garoto Jake, de nove anos, sorteia e encena a frase: Acabou! As crianças da classe reagem: “Triste”; “assustado”; “feliz”. E então Jake afirma: “Sim!” Para a pesquisadora que conduz a sessão, essa é uma grande oportunidade de aprendizagem. Ela pergunta para o grupo: “O que teria ajudado o Jake a mostrar que ele estava feliz? Uma menina de seis anos que não tem autismo, mas que participa da classe com seu irmão, dá um pulo gritando: “Eba, acabou!” Rachel explica para a classe: “Ok, então pular para cima e para baixo e fazer a voz ficar um pouco mais aguda e com um volume um pouco mais alto”. E as crianças acenam com a cabeça. A dinâmica da sessão continua com encenações de situações que podem causar ansiedade como, por exemplo, o primeiro dia de escola. Estas encenações podem ser especialmente importantes para as crianças com autismo que sentem ansiedade mais intensa e mais frequente que as demais.

Para Jim Ansaldo, também pesquisador da Universidade de Indiana, a técnica propicia um ambiente seguro, divertido e autêntico de aprendizagem. O pesquisador salienta que nesse ambiente a sensação que se quer passar é que os erros não importam. Nos EUA, além das sessões conduzidas no laboratório de Psicologia da Universidade de Indiana também acontecem alguns acampamentos de verão para adolescentes com autismo focados no uso de técnicas teatrais de improvisação. Ansaldo afirma que os programas específicos de improvisação estão crescendo e vê a ferramenta como uma tecnologia de conexão e comunicação humana. Janna Graf, mãe de Shaw, um garoto de oito anos que participa de uma das classes, acredita que a técnica tem ajudado seu filho. Recentemente, ela viu o filho se apresentar em um grupo da igreja: “Ele disse: ‘Meu nome é Shaw, eu tenho 8 anos de idade’, e então ele acenou com suas mãos para a próxima pessoa (deixando a entender que agora era a vez da outra pessoa se apresentar). Ele está aprendendo a esperar.” Depoimentos como o de Janna auxiliam os pesquisadores a avaliar se os aprendizados obtidos nas classes de improvisação têm se transferido para situações sociais reais. Os pesquisadores mostram-se motivados pelos primeiros resultados.

Técnicas de teatro para pessoas com autismo - tratamento para o autismoAs técnicas teatrais de improvisação têm sido empregadas por outras instituições nos EUA, em formatos diferenciados, com o mesmo objetivo de promover as habilidades sociais entre pessoas com autismo. Por exemplo, no programa de teatro do Laboratório SENSE (Social Emotional Neuro Science Endocrinology, na Língua Inglesa), desenvolvido no Vanderbilt Kennedy Center no Tennesse, as pessoas com autismo formam pares com participantes neurotípicos e são motivadas e apoiadas a participar da apresentação de uma peça teatral. O grupo capacita crianças e adolescentes neurotípicos que atuam como mediadores – alguns dos mediadores são, inclusive, jovens atores. Durante a preparação da peça, os mediadores vão oferecendo modelos para as crianças com autismo sobre como agir na arena social, por exemplo, como iniciar e manter conversas ou como compreender o humor. Além das técnicas teatrais de improvisação, a abordagem oferece oportunidades para que as crianças com autismo participem da criação do roteiro e da caracterização dos personagens da peça, da execução dos papéis e de performances com coreografias e música.

De acordo com a Dra. Blythe Corbett, diretora do Vanderbilt Kennedy Center, os estudos científicos conduzidos têm mostrado impactos positivos no desenvolvimento das pessoas com autismo. Uma de suas pesquisas publicada no Journal of Autism and Developmental Disorders  envolveu 30 jovens com autismo, com idades entre oito e catorze anos. No estudo, 17 jovens participaram do grupo experimental e 13 participaram do grupo controle. O trabalho durou dez semanas e os resultados indicaram que os jovens do grupo experimental apresentaram ganhos ​​na capacidade de identificar e lembrar rostos, aumento das interações com outras crianças fora do ambiente de tratamento e melhoria na comunicação social em casa e na comunidade. Para Corbett, ao final do processo o que se tem é a apresentação de uma peça em que participantes compartilham o palco em uma colaboração única entre arte e ciência. Corbett considera que os colegas mediadores possuem a capacidade de se conectar e ensinar às crianças com autismo várias habilidades sociais, “E, em relação às técnicas de atuação teatral que ampliam a habilidade e a motivação para se comunicar, os dados sugerem que podemos promover mudanças duradouras na forma como as crianças com autismo percebem e interagem com o mundo social”.

E no Brasil? Por aqui, também é possível encontrar iniciativas em que técnicas teatrais de improvisação para promover as habilidades sociais de pessoas com autismo são empregadas. O Projeto Aut da Oficina dos Menestréis de São Paulo começou em 2013. Os participantes atuam como atores, desempenhando papéis que envolvem coreografias, música e humor. Em sua terceira edição, ano passado o Projeto Aut apresentou uma peça inspirada na programação das rádios, com a participação de pessoas com autismo entre 12 e 28 anos. Os atores representavam locutores que ofereciam ao público cenas divertidas e irreverentes por meio da “Rádio ZYBem Bom”. Conheça mais sobre o projeto e assista trechos das peças visitando a fanpage do grupo no Facebook.

Quer aprender mais? Na Inspirados pelo Autismo, temos utilizado em nossas sessões com crianças, adolescentes e adultos com autismo ferramentas, como a do teatro de improvisação, capazes de promover a comunicação, a flexibilidade e a interação social. Em nossos cursos, você pode aprender a elaborar atividades divertidas que promovem as habilidades sociais de pessoas com autismo. Preparamos um PDF com ideias de atividades divertidas que você pode baixar gratuitamente para brincar com sua criança enquanto a auxilia a desenvolver suas habilidades. Clique no  link abaixo para receber seu arquivo.

Atividades interativas para pessoas com autismo

Apoios visuais produzidos por um casal de pais ajudam crianças com autismo nas tarefas do dia a dia

Adriana Godoy é mãe, cantora profissional e uma pessoa super inspirada que, junto ao marido desenhista, elaborou uma série com excelentes apoios visuais para ajudar pessoas com autismo em seu dia a dia.

Chamados pelo casal de desenhos roteirizados, os materiais são uma eficaz ferramenta para ajudar pessoas com a autismo a compreender e internalizar situações cotidianas.

Segundo os autores, o uso dos desenhos roteirizados pode ajudar pessoas com autismo a organizar ideias e planejar atividades, colaborando para minimizar comportamentos indesejados e facilitando a autonomia, a aquisição de habilidades e o desenvolvimento das funções cognitivas.

Os desenhos roteirizados podem ser baixados gratuitamente no site Autismo Projeto Integrar e então podem ser impressos pelas famílias e profissionais em suas próprias impressoras. Os desenhos roteirizados estão divididos em categorias como higiene (banho, escovação dos dentes, corte de unhas e de cabelo, uso do vaso sanitário), cotidiano (acordar, ir para escola, vestir, despir, dormir), comportamento (cuspir, morder, se jogar no chão) e inclusão escolar (férias, aulas da semana, agenda de aulas, etc.).

Conheça mais sobre a trajetória da Adriana e de sua família assistindo a palestra que ela conduziu durante o evento TEDx. Nessa palestra, Adriana estabelece uma interessante analogia entre o universo da música e o mundo do autismo e leva a importantes reflexões sobre como de fato podemos integrar as pessoas com autismo na escola e na sociedade:

Conheça os desenhos roteirizados do Autismo Projeto Integrar e curta a fanpage do projeto no Facebook! Acessando o blog do projeto é possível também se cadastrar para receber os informativos.

Conte para nós quais desenhos foram mais úteis para você e como eles ajudaram a criança, adolescente ou adulto com autismo próximo a você! Compartilhe essa notícia com seus familiares e amigos e divulgue o trabalho do Autismo Projeto Integrar!

Lembramos que as imagens existentes no blog do Autismo Projeto Integrar têm direitos reservados, distribuição gratuita e foram produzidos por Neimer Gianvechio. Para mais informações sobre o projeto, por favor, entre em contato com a Adriana.

Formas de pensamento e autismo

Vídeos de Temple Grandin ajudarão você a entender melhor o pensamento das pessoas com autismo

Muitos pais e profissionais que convivem com pessoas com autismo já ouviram falar em Temple Grandin. Esta norte-americana, hoje uma jovem senhora com 68 anos, foi diagnosticada com autismo na década de 50. Ao longo de sua fantástica trajetória de vida, Temple Grandin escreveu livros, inspirou filmes e tem figurado como uma importante porta-voz sobre o autismo no mundo.

Temple Grandin foi capaz de superar suas dificuldades para tornar-se uma das mais bem sucedidas profissionais no universo das pessoas com características do espectro do autismo nos EUA. Ela não só dedicou parte de sua vida a disseminar informações e novas ideias sobre o autismo, mas também tornou-se PhD em Zootecnia, sendo considerada uma das mais célebres e revolucionárias Zootecnistas no segmento de manejo agropecuário – Temple Grandin implantou novas práticas no manejo do gado, por exemplo, a partir das observações que ela fez sobre o comportamento e a percepção espacial que estes animais têm em relação ao meio que os circunda.

Temple Grandin já foi eleita uma das 100 pessoas mais influentes no mundo, segundo a revista americana Times, e continua em atividade: ela lançou recentemente o livro “O Cérebro Autista” e mantém atualizado um rico e detalhado site (na Língua Inglesa) sobre sua história, suas crenças e suas colaborações para a melhoria na qualidade de vida das pessoas com autismo.

Nos dois vídeos abaixo (legendados na Língua Portuguesa) Temple Grandin oferece um relato emocionante sobre a sua vida e a sua carreira. Ela menciona o filme rodado recentemente em sua homenagem, fala como superou suas dificuldades na infância e conta com carinho especial como o seu professor de ciências foi capaz de impulsionar seu desenvolvimento e seu aprendizado na escola ao compreender sua forma de pensamento e ao apostar em seus pontos fortes.

Os vídeos vão ajudar você a compreender as diferentes formas de pensamento existentes (e a entender como todas essas formas de pensamento são importantes para a nossa sociedade), além de chamar a atenção de pais, professores e profissionais para a necessidade de aproveitar os interesses e motivações das pessoas com autismo para construir interações e auxiliá-las a desenvolver as suas habilidades e a alcançar todas as suas potencialidades. Veja:

O que você achou da palestra de Temple Grandin no TED? Convide os seus amigos e familiares a assistir essa palestra e a aprender sobre os diferentes tipos de pensamento existentes!

Saiba mais sobre o livro “O Cérebro Autista”, de autoria de Temple Grandin, e conheça também em nosso site outras publicações sobre autismo que vão ajudar você a obter mais conhecimento sobre este importante assunto.

Montando palavras com pulos mágicos – atividade para alfabetização

Montando palavras com pulos mágicos

Interesses:

Participar de jogos e desafios, atividades físicas como pular e receber cócegas, animais.

Metas principais:

Desenvolvimento da leitura e da escrita a partir da utilização de sílabas que formarão palavras.
Atenção compartilhada de 15 minutos ou mais.

Ação motivadora (o papel do adulto):

O adulto fazer cócegas na criança.

Solicitação (o papel da criança):

A criança ajudar o adulto a montar palavras utilizando sílabas que estarão escritas em pequenas placas. Para a utilização dessa atividade, a criança já deverá ter algum conhecimento sobre famílias silábicas.

Estrutura da atividade:

Liste dois a seis animais que são interessantes para a criança como, por exemplo, pato, gato, rato, sapo, cavalo e macaco. Escreva as palavras em papéis e os coloque numa sacola, para que eles sejam sorteados. Depois, prepare placas coloridas e plastificadas contendo as sílabas que formam as palavras dos nomes dos animais escolhidos. As sílabas devem estar bem grandes e fáceis de ler nas placas (que serão colocadas no chão), pois a criança irá identificá-las à distância. Explique para a criança de forma alegre e entusiasmada que vocês têm várias placas com sílabas diferentes no chão e que estas sílabas vão se transformar em palavras que são nomes de animais quando vocês derem saltos mágicos sobre elas. Explique também que quando vocês formarem o nome de um animal, você vai se transformar no respectivo animal e, com sua forma de se movimentar e seus sons característicos, fará cócegas na criança. Demonstre então como a brincadeira funciona: sorteie uma das palavras da sacola, pule nas placas para juntar as sílabas, fale a palavra para a criança, transforme-se no animal e faça algumas cócegas nela, sem pedir nada em troca. Nos próximos ciclos, sorteie uma palavra, leia a palavra para a criança e mostre a ela o papel (você poderá também escrever a palavra bem grande em um quadro ou cartaz afixado no quarto, de forma a auxiliar a criança a visualizar a palavra que será formada). Convide a criança a procurar pelo quarto as sílabas que formam a palavra sorteada. A solicitação é um convite animado e não uma ordem. Você poderá demonstrar para a criança como pular sobre as sílabas para formar a palavra e convidá-la a fazer o mesmo. Assim que a criança pular nas sílabas formando a palavra, transforme-se no animal e faça cócegas nela.

Variações:

Se a criança não se interessar por receber cócegas, ofereça ações motivadoras diferentes como, por exemplo, desenhe o animal sorteado, faça massagens na criança, rode a criança numa lycra ou a leve para passear em suas costas enquanto você representa o respectivo animal. Se a criança não se interessar por animais, as palavras podem nomear personagens ou meios de transporte que serão representados por você.

Podemos ajustar o grau do desafio dessa atividade pulando em palavras para formar uma sentença. As sentenças podem ser retiradas de letras de músicas, de filmes ou de vídeos que a criança goste. Você poderá escrever a sentença em um quadro ou cartaz afixado no quarto. No caso de sentenças que são falas de personagens conhecidos, represente esse personagem falando como ele. Cada sentença poderá definir que ação divertida você oferecerá para a criança naquele ciclo da atividade.

Aprenda mais sobre o autismo e sobre como ajudar a sua criança em um de nossos cursos. Os cursos são abertos a pais, familiares, profissionais, estudantes e voluntários e as inscrições podem ser parceladas em até 18 vezes.

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10 benefícios oferecidos pelo curso Educação Inclusiva para Pessoas com Autismo

Participando do curso, você aprenderá:

1. Como estabelecer uma parceria entre familiares, equipe multidisciplinar, professores, coordenadores e colegas na educação inclusiva

É essencial a consistência do trabalho em equipe com o objetivo de promover o desenvolvimento e bem-estar da criança. Para isso, será mostrado como estabelecer uma relação de trabalho frutífera e dinâmica, entre os familiares, os profissionais da escola e os profissionais da equipe multidisciplinar. A aprendizagem cooperativa entre a criança com autismo e os colegas também será discutida e exemplificada.

2. Quais estratégias o professor regente poderá utilizar para promover a aprendizagem do estudante com autismo

Será mostrado que informações claras e diretas, exemplos contextualizados e significativos para a crianças, a inclusão dos temas de interesse dos estudantes no planejamento das aulas, atividades práticas, o uso de apoios visuais,  música, gestos e objetos facilitam o aprendizado. Além disso, serão oferecidas ideias sobre como nutrir a autoestima e autoconfiança da criança, essenciais para que o estudante mantenha-se concentrado no processo de aprendizagem.

3. Quais estratégias o professor mediador poderá utilizar para também promover a aprendizagem do estudante com autismo

O professor mediador, em parceria com o professor regente, tem o objetivo de facilitar o envolvimento do aluno com a aprendizagem cognitiva, motora e social. A presença do professor mediador é fundamental para a eficácia da educação inclusiva e seu papel será esclarecido durante o curso.

4. Como realizar a mediação da interação entre os estudantes da classe e o aluno com autismo

Para a maioria das crianças com autismo, estar ao lado de crianças com desenvolvimento típico na escola não é o suficiente para que elas consigam participar das atividades em grupo e das brincadeiras lúdicas, assim como para criar e manter amizades. Estratégias para possibilitar a participação em atividades do grupo e o aprofundamento de relações sociais serão apresentadas no curso.

5. Como criar uma rotina personalizada integrada à rotina da classe

Colocando-nos no lugar das pessoas com autismo, alteramos nosso olhar e nossa compreensão sobre os comportamentos e enxergamos novas formas para lidar com os desafios do ambiente e propiciar um dia a dia mais confortável às pessoas com autismo com as quais convivemos. É importante que os profissionais observem e atentem-se para as características pessoais do aluno, verificando como ele se comporta diante dos estímulos do meio físico e social, de seu ritmo biológico, e das atividades pedagógicas, de forma a então se identificar as metas e as estratégias para alcançá-las.

6. Como tornar o ambiente físico da escola inclusivo favorecendo o aprendizado do aluno com autismo

Na educação inclusiva, a escola e a comunidade oferecem o ambiente necessário para que a criança consiga acompanhar e participar ativamente das aulas e atividades. Cada estudante com autismo tem seu conjunto de características únicas, e a organização do ambiente coletivo deve considerar as necessidades individuais dos estudantes.

7. Como preparar materiais pedagógicos acessíveis e inclusivos

Para trazer acessibilidade ao ensino-aprendizagem, a maioria das crianças com autismo se beneficia, pelo menos nos primeiros anos da educação inclusiva, de materiais pedagógicos que acolham seus interesses, suas necessidades motoras e sensoriais, suas habilidades de atenção. A forma como uma informação é oferecida e a forma como se pede que a criança execute uma tarefa específica podem ser essenciais para um resultado positivo.

8. Como proporcionar o grau de desafio adequado nas atividades propostas

Se o grau de complexidade de uma tarefa é alto demais para a criança, a aprendizagem não é acessível e o sentido de auto-competência da criança é prejudicado. Entretanto, se o grau de complexidade da tarefa é baixo demais, a criança pode ficar entediada e não querer participar das atividades. Respeitar o desenvolvimento único de cada criança é uma das missões da escola inclusiva.

9. Quais estratégias poderão ser utilizadas para a avaliação

No processo de ensino-aprendizagem, tanto o componente “ensino” quanto o componente “aprendizagem” devem ser continuamente avaliados para que a criança tenha oportunidades de aprendizagens cada vez mais acessíveis e eficazes. Tanto o planejamento, a execução e os critérios de avaliação devem levar em conta a forma diferenciada como a criança organiza e expressa seu conhecimento e suas habilidades.

10. Como estabelecer regras e limites na escola

O ambiente da escola é, geralmente, um ambiente no qual a criança é exposta a uma maior exposição de limites do que o ambiente do domicílio. A imposição de limites é necessária para que se atenda às necessidades e direitos do grupo, e para a manutenção da segurança e saúde de todos no ambiente. Dicas sobre como estabelecer os limites e sobre como responder aos possíveis comportamentos de protesto relativos a esses limites serão ofertadas no curso. Exemplos de comportamentos indesejados e de imposição de limites na escola serão discutidos com os participantes do curso.

O curso é voltado para pais, familiares, professores e outros profissionais ligados às pessoas com autismo. Confira os próximos cursos e se inscreva: Cursos da Inspirados pelo Autismo

Atividade para desenvolver a comunicação – desenhando uma história em quadrinhos

Desenhando uma história em quadrinhos

Interesses:

Desenhar, ouvir e contar histórias, personagens de histórias em quadrinhos (por exemplo, a Turma da Mônica).

Metas principais:

Comunicação verbal (relatar experiências).
Desenvolver período de atenção compartilhada de 15 min ou mais.

Ação motivadora (o papel do adulto):

O adulto desenha em uma cartolina uma história em quadrinhos divertida com os personagens prediletos da criança.

Solicitação (o papel da criança):

A criança contar algo que ela fez na escola para que o adulto desenhe o que aconteceu com ela.

Estrutura da atividade:

O adulto mostra para a criança uma cartolina com vários quadrados sequenciais em branco e também vários lápis de cor ou conjuntos de giz de cera e explica animadamente que eles vão fazer uma história em quadrinhos com os personagens da Turma da Mônica. O adulto pega então um dos lápis de cor ou giz de cera e começa a desenhar com empolgação e entusiasmo um dos personagens da Turma Mônica, comentando com a criança: Nossa, você sabe o que o Chico Bento fez hoje na escola? Hoje quando ele chegou a escola, ele descobriu que ia acontecer uma festa! O adulto estabelece uma atividade cíclica em que ele conta a história do Chico Bento e desenha por alguns momentos na cartolina, afasta-se fazendo suspense e, de forma previsível volta a continuar a história oral sobre o Chico Bento e o desenho, repetindo diversos ciclos sem pedir nada à criança, apenas fazendo a ação motivadora de contar a história e de desenhar de graça, pausando por alguns segundos enquanto faz suspense, fazendo a ação novamente, pausando, e assim por diante. Usando o personagem da Turma da Mônica, o adulto mostra para a criança como fazer para contar fatos que aconteceram naquele dia na escola. O adulto segue contando mais sobre o que aconteceu com o Chico Bento na escola, descrevendo diferentes situações engraçadas, enquanto também desenha as situações para a criança. Quando a criança encontra-se altamente motivada pela ação do adulto, demonstrando este interesse através de olhares, sorrisos, gestos, sons ou palavras, o adulto passa a solicitar que a criança lhe conte alguma coisa que aconteceu com ela na escola (o adulto pode perguntar especificamente sobre coisas que aconteceram com a criança na escola, mas se a criança falar sobre outra coisa que aconteceu em outro lugar, o adulto comemora essa iniciativa e estimula a criança a contar mais sobre o que aconteceu com ela naquele dia e lugar). A solicitação é um convite animado, e não uma ordem. O adulto estimula a criança a contar sobre o que aconteceu com ela na escola e responde a qualquer tentativa da criança em contar os fatos com uma celebração e a volta da ação desejada por ela (desenhar a história em quadrinhos). Desta forma, o adulto mostra para a criança a função de sua comunicação verbal e a importância de contarmos uns para os outros aquilo que nos acontece no dia a dia. Nos próximos ciclos da brincadeira, enquanto a criança continua altamente motivada, o adulto a estimula a contar o que aconteceu com ela em outros lugares e situações. Por exemplo, o adulto pode perguntar o que a criança fez no fim de semana, na casa da vovó ou durante a aula de natação, etc.

Variações:

Podemos ajustar o grau do desafio desta atividade quando a criança já consegue relatar o que aconteceu na escola (ou em outros lugares) com facilidade e constância e propor um ciclo de conversa em que o episódio seja contado com mais detalhes. Conforme o estágio de desenvolvimento da criança, o adulto poderá ajudar a criança a descrever emoções, a fazer comentários, e a expressar gratidão e apreço por outras pessoas envolvidas nas situações descritas.

Para ajudar a criança a manter-se motivada durante a interação e prolongar o tempo de duração da atividade, podemos inserir em alguns ciclos pequenas variações na ação motivadora, por exemplo, fazer encenações, usar objetos ou fantoches para tornar a história que está sendo contada e desenhada mais interessante. O adulto poderá desenhar enquanto canta alguma música que a criança goste ou usando um tom de voz divertido. O adulto poderá também estar fantasiado de algum personagem da Turma da Mônica durante a atividade.

Caso a criança não se interesse pelos personagens da Turma da Mônica, podemos manter a atividade original e modificar os personagens de acordo com os interesses dela, por exemplo, transformando-nos em um outro super herói, animal ou personagem que a criança aprecie. Se ela gosta dos personagens da animação “Carros”, da Disney, podemos ser o McQueen ou o Mate que aceleram pelo quarto enquanto contam sobre o que aconteceu com eles, para que depois estacionem próximos à cartolina e comecem o desenho.

Se a criança se interessa por desenhos e pela Turma da Mônica, mas desejamos trabalhar uma meta diferente da comunicação verbal como, por exemplo, ajudar a criança a participar fisicamente em uma atividade interativa, podemos manter a brincadeira, mas modificar o papel da criança na atividade. Ao invés de solicitarmos que ela conte o que aconteceu hoje na escola, explicamos e mostramos a ela que ela pode tocar em diferentes figuras para nos mostrar que personagens ela gostaria que desenhássemos. Ainda na área de participação física, podemos pedir que ela pegue objetos ou vista peças de vestuário que poderão ser desenhados dentro da história em quadrinhos da Turma da Mônica.

Se a criança não se interessa por desenhar histórias em quadrinhos naquele momento, podemos manter a mesma estrutura da brincadeira e oferecer uma ação motivadora diferente, como por exemplo, dar voltas pelo quarto dentro de uma caixa ou dentro de um cobertor/lycra para “viajar” para diferentes lugares, onde a criança e o adulto poderão contar e representar histórias com os personagens da Turma da Mônica, enfatizando alguma coisa que aconteceu com os personagens em cada determinado lugar.

Quer aprender a criar Atividades Interativas e a utilizar a Tabela de Habilidades da Inspirados pelo Autismo para acompanhar o desenvolvimento de crianças, adolescentes e adultos com autismo? Participe de nossos cursos!

Quais são as brincadeiras prediletas da criança com autismo com a qual você convive? A criança gosta de desenhar? Experimente a atividade de desenhar uma história em quadrinhos com a criança e conte para gente!

Atividade para educação inclusiva – como ensinar crianças com autismo a identificar vogais

Imitar os Animais

Interesses:

Animais, encenação dos movimentos e sons dos animais, brincadeiras de esconde-esconde e pega-pega.

Metas principais:

Auxiliar no reconhecimento das vogais. Aumentar a participação física da criança na atividade.

Ação motivadora:

Encenação por parte do adulto facilitador dos movimentos e sons dos animais.

Solicitação (o papel da criança):

A criança reconhecer as vogais associadas a cada animal.

Estrutura da atividade:

Observe quais são os animais preferidos da criança e crie apoios visuais contendo a imagem do animal e uma vogal. Logo, teremos cinco imagens de animais diferentes, sendo um animal para cada vogal. Explique para a criança que você poderá encenar vários animais diferentes e mostre a ela as imagens representando cada animal. Coloque as imagens dos animais e suas vogais no chão – para tornar a atividade mais atrativa, use imagens coloridas dos animais e destaque as letras em cada folha.

Após encenar os animais para a criança por algum tempo, o adulto mostrará para a criança que, pisando em cada imagem no chão, um animal diferente aparece. O adulto pode mostrar que, por exemplo, ao pisar na imagem com a letra “E” e o desenho de um elefante, um engraçado elefante será encenado pelo adulto.

O adulto poderá utilizar máscaras, fantasias ou fantoches para tornar a interação com a criança mais divertida. O adulto poderá também fazer suspense ou sons onomatopaicos diferentes durante a encenação de cada animal.

Quando a criança estiver altamente conectada, demonstrando este interesse através de olhares, sorrisos, gestos, sons ou palavras, o adulto poderá fazer uma pausa e pedir que ela pise sobre uma das letras/imagens para que o respectivo animal seja encenado (por exemplo: “Vamos pisar na letra ‘E’ e o elefante vai chegar!”).

Ao longo dos ciclos da atividade, após solicitar que a criança pule numa determinada imagem/letra e encenar o animal correspondente, o adulto poderá ir em direção à criança de forma descontraída, iniciando uma brincadeira de esconde-esconde ou pega-pega.

Variações:

Podemos ajustar o grau do desafio desta atividade quando a criança já identificar as vogais com facilidade inserindo o uso de um dado para sortear a vogal que deverá ser pisada pela criança (por exemplo, o adulto poderá criar um dado com uma caixa de papel em que cada face é uma determinada letra). Após o sorteio com o dado, o adulto poderá estimular que a criança fale a vogal em voz alta e pise na imagem colocada no chão, para que o adulto então encene o animal correspondente.

Para ajudar a criança a manter-se motivada durante a interação e prolongar o tempo de duração da atividade, podemos proporcionar variações na ação motivadora, oferecendo brincadeiras de cócegas, brincadeiras com pulos ou giros após a encenação de cada animal. O adulto poderá também cantar músicas relacionadas a cada animal com a criança, em vez de apenas encenar o animal da vez.

Caso a criança não se interesse por animais ou pela encenação dos animais, podemos manter a estrutura da atividade original e modificar o tema, seguindo os interesses e motivações atuais da criança. Em vez de animais, cada letra pode estar associada a diferentes personagens de filmes e desenhos, ou a meios de transporte, que serão representados pelo adulto.

Se a criança se interessa por animais ou pela encenação dos animais, mas desejamos trabalhar uma meta diferente da identificação das vogais, como, por exemplo, o aumento do período de atenção compartilhada ou o pensamento simbólico, nós podemos manter a brincadeira, mas modificar o papel da criança na atividade. Além de solicitarmos que a criança pule sobre cada imagem/letra correspondente a um animal, o adulto e a criança podem criar juntos uma história sobre cada animal, podem encenar juntos um pequeno teatro sobre o animal ou ainda fazer desenhos (ou sequências de desenhos) sobre cada animal.

Conheça outras atividades interativas em nosso site para ajudar crianças, adolescentes e adultos com autismo a desenvolver as suas habilidades sociais!

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dicas para ajudar criança autismo

Dicas para criar atividades lúdicas que promovam o desenvolvimento de crianças com autismo

dicas para ajudar criança autismoVocê já pensou que os interesses e motivações da criança com autismo podem ajudar você a criar momentos de interação prazerosa com ela?

E que, por meio dessas interações prazerosas, você poderá trabalhar com atividades lúdicas que possuam metas de desenvolvimento?

Por exemplo, se uma criança gosta de fazer bolhas de sabão e o programa de desenvolvimento dela tem como meta atual o desenvolvimento da linguagem, você poderá criar atividades lúdicas em que brincadeiras com bolhas de sabão feitas por um adulto responsivo e divertido podem ser usadas (caso a criança se interesse) como ação motivadora para motivar a criança a falar mais palavras e frases, que são modeladas pelo adulto nas sessões.

O primeiro passo para criar atividades lúdicas seria pensar: quais são os interesses e motivações da criança com autismo? Faça uma lista com todos os interesses e motivações da criança que você possa lembrar. Eles podem incluir, por exemplo, ações físicas (correr, pular, rodar), desenhos, pinturas, personagens, animais, jogos, filmes, brincadeiras de roda, de imitação, massagens, desafios, histórias, etc.

Um segundo passo seria estabelecer uma meta: o que eu quero ajudar a criança a desenvolver agora? As metas que trabalhamos podem estar relacionadas ao desenvolvimento da linguagem, do contato visual, às atividades de vida diária, às atividades acadêmicas, entre outros. Tente ser específico ao estabelecer uma meta: por exemplo, a meta pode ser aumentar o repertório da criança para que ela fale até 50 palavras; ou aumentar o tempo de atenção compartilhada para 15 minutos ou mais; ou ajudar a criança a usar o vaso sanitário em casa ou na escola, para fazer xixi.

Para colocar o trabalho em prática, você poderá unir os interesses e motivações da criança às metas atuais do programa e criar atividades lúdicas para o desenvolvimento das habilidades da criança. Estas atividades lúdicas podem ser realizadas num ambiente otimizado para o aprendizado (com menos estímulos sensoriais), sendo conduzidas por um adulto facilitador em sessões 1 x 1 (um adulto e uma criança).

Quer aprender mais sobre como criar atividades lúdicas para criança, adolescentes e adultos com autismo? Inscreva-se em nossos cursos de 3 dias de duração. Os cursos para familiares e profissionais têm a carga horária de 31,5 horas repletas de informações e dicas práticas para o desenvolvimento de crianças e adolescentes com autismo.

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Descontos por participante:

Turma 1 – São Paulo – 17 a 20 de setembro

Investimento por participante:
1º lote: R$1428 até o dia 10/07/20 (15% de desconto).
2º lote: R$1512 até o dia 10/08/20 (10% de desconto).
3º lote: R$1680 até o dia 08/09/20 (valor integral).
Inscrições limitadas e abertas até o dia 08 de setembro de 2020 (terça-feira).

Descontos em mais de um curso: Quem se inscrever em 2 cursos, também tem o desconto de 5% somado ao desconto por prazo de inscrição. Quem se inscrever em 3 ou mais cursos tem o desconto de 10% somado ao desconto por prazo de inscrição. Somados, os descontos podem chegar a quase 25% do valor integral dos cursos. Os descontos serão oferecidos no total do carrinho de compras.

Descontos para grupos: Inscrições para grupos de 2 pessoas têm mais 5% de desconto somado ao desconto por prazo de inscrição, e inscrições para grupos de 3 ou mais pessoas têm mais 10% de desconto somado ao desconto por prazo de inscrição. Somados, os descontos podem chegar a quase 25% do valor integral do curso. Os descontos serão oferecidos no total do carrinho de compras se apenas uma pessoa fizer a inscrição para todos. Para que cada membro do grupo possa fazer o pagamento da inscrição separadamente, mas com o desconto de grupo, entre em contato conosco por email.

Descontos por participante:

Turma 1 – São Paulo – 24 a 27 de março

1º lote: R$1428 até o dia 17/12/21 (15% de desconto).
2º lote: R$1512 até o dia 15/02/22 (10% de desconto).
3º lote: R$1680 até o dia 15/03/22 (valor integral).
Inscrições limitadas e abertas até o dia 15 de março de 2022 (terça-feira).

Descontos para grupos: Inscrições para grupos de 2 pessoas têm mais 5% de desconto somado ao desconto por prazo de inscrição, e inscrições para grupos de 3 ou mais pessoas têm mais 10% de desconto somado ao desconto por prazo de inscrição. Somados, os descontos podem chegar a quase 25% do valor integral do curso. Os descontos serão oferecidos no total do carrinho de compras se apenas uma pessoa fizer a inscrição para todos. Para que cada membro do grupo possa fazer o pagamento da inscrição separadamente, mas com o desconto de grupo, entre em contato conosco por email.